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A Polícia Civil do Paraná aguarda o laudo da Polícia Científica para concluir o inquérito sobre a morte de dois irmãos que ingeriram acidentalmente um agrotóxico armazenado em garrafa plástica, sem identificação. O caso, registrado em Sengés, nos Campos Gerais, completa cinco meses nesta segunda-feira (9), sem conclusão oficial. As informações são do G1 Paraná.
As vítimas, de 54 e 57 anos, tinham diagnóstico de esquizofrenia e moravam sozinhas em uma propriedade rural próxima à casa de um irmão, responsável legal por eles. Segundo a investigação, esse irmão teria deixado, por engano, uma sacola com um herbicida dentro da casa dos dois, após uma ida ao mercado e a uma agropecuária local.
De acordo com depoimento prestado à polícia, o irmão foi comprar suco a pedido das vítimas e aproveitou para adquirir o veneno agrícola, que foi entregue em um frasco transparente, sem rótulo, o que contraria a legislação. O produto, de coloração semelhante à de suco de uva, foi ingerido pelos dois, possivelmente sob a crença de que se tratava da bebida solicitada.
As mortes ocorreram em 9 de janeiro, horas após a ingestão. Ambos foram socorridos, mas não resistiram.
A Polícia Civil trata o caso como acidental e indicou que o irmão poderá responder por homicídio culposo, ou seja, sem intenção de matar. Os responsáveis pela agropecuária, por sua vez, podem ser indiciados por comercialização irregular de agrotóxicos e, dependendo da substância identificada, também por venda de produto proibido no Brasil.
Segundo o delegado responsável, Isaias Fernandes Machado, a agropecuária não tinha autorização para vender esse tipo de substância e, no momento oportuno, os donos — pai, mãe e filho — devem ser responsabilizados criminalmente.
A Polícia Científica afirma que os exames exigem métodos laboratoriais avançados, como cromatografia líquida com espectrometria de massas, o que justifica a demora. A conclusão do laudo é esperada para a segunda quinzena de julho.
O caso permanece em andamento e segue acompanhado por familiares e autoridades. Até o momento, a identidade do irmão que deixou o produto na casa das vítimas não foi divulgada, uma vez que a investigação não aponta dolo (intenção).