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Uma mulher de 23 anos foi resgatada após ser mantida em cárcere privado por pelo menos cinco anos, em Itaperuçu (a cerca de 440 km de Maringá). Para pedir socorro, ela enviou um e-mail para a Casa da Mulher Brasileira, que oferece atendimento para mulheres em situação de violência.
Na última sexta-feira (14), a instituição acionou a Polícia Militar, que foi até a casa da vítima. Inicialmente, ela negou a situação de violência, mas, ao ser questionada sobre o e-mail, ela admitiu que era agredida pelo marido.
Em depoimento, a jovem contou à polícia que ficou trancada na casa por cinco anos, já que o suspeito, de 23 anos, a vigiava por meio de uma câmera de segurança que ficava voltada para a porta da residência.
O marido não permitia que a vítima entrasse em contato com outras pessoas se ele não estivesse presente. O filho de quatro anos do casal também vivia preso e presenciava as agressões contra a mãe.
A mulher relatou que não tinha celular e só tinha acesso a um aparelho que era usado em conjunto com o agressor. Além disso, ela afirma que já foi amarrada e asfixiada pelo marido em diversas ocasiões.
Ainda de acordo com o depoimento, os familiares da vítima sabiam da situação, mas eram coniventes e acobertavam o suspeito.
Apesar de ter sido preso em flagrante na sexta-feira (14), o agressor passou por uma audiência de custódia e foi solto na manhã de domingo (16). Ele deve responder pelos crimes de sequestro, cárcere privado, dano emocional à mulher e ameaça, todos no contexto de violência doméstica e familiar contra a mulher.
OUTRO PEDIDO DE SOCORRO
De acordo com a Polícia Militar, a mulher já havia tentado pedir ajuda para denunciar as violências do marido. Há cerca de 15 dias, ela entregou um bilhete pedindo socorro em um posto de combustíveis. Veja a foto a seguir:

No papel, a vítima escreveu seu nome, endereço e um pedido de ajuda: “Sofro muita violência em casa”.
Na época, a Polícia Militar fez diligências na região, mas não encontrou a mulher nem o suspeito. Por esse motivo, ela não pôde ser resgatada.
A jovem e o filho receberam acolhimento. Para preservar as vítimas, mais informações não foram divulgadas.
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