Brigada Militar prende homem negro após ele denunciar ameaça de morte: Racismo ou truculência?

O homem negro, após ser agredido pelo homem branco, acionou a Brigada Militar para registrar a ocorrência.

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    Governador determina sindicância para apurar caso

    Um caso de abordagem policial controversa em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, mobilizou autoridades e gerou indignação nas redes sociais. Testemunhas relatam que um homem negro, de 40 anos, foi preso pela Brigada Militar após ter sofrido ameaça de morte por um homem branco que portava uma faca.

    O episódio teria acontecido no bairro Rio Branco, a cerca de três quilômetros do Palácio Piratini, sede do governo do estado. O homem negro, após ser agredido pelo homem branco, acionou a Brigada Militar para registrar a ocorrência. No entanto, segundo relatos, ele foi preso por “resistência” durante a abordagem dos policiais.

    O vídeo da detenção do homem negro foi compartilhado nas redes sociais pelo deputado estadual Matheus Gomes (PSol), que classificou a situação como um absurdo e um exemplo do racismo que impera na Brigada Militar.

    Diante da repercussão do caso, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, determinou a abertura de uma sindicância na Brigada Militar para apurar as circunstâncias da ocorrência. A investigação deve ouvir testemunhas e buscar esclarecer as motivações da abordagem policial.

    Racismo estrutural ou truculência?

    O episódio reacende o debate sobre o racismo estrutural nas instituições de segurança pública. A jornalista Jeanice Dias Ramos, do Núcleo de Jornalistas Afro-brasileiros do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul, avalia que a Brigada Militar age com truculência e de forma acusatória contra as pessoas negras.

    “Se a vítima fosse branca, o episódio teria sido completamente diferente”, afirma Jeanice. Ela relata que a abordagem ostensiva e discriminatória contra negros é uma prática recorrente da Brigada Militar, reforçando a máxima de que “todo camburão tem um pouco de navio negreiro”.

    A jornalista destaca que pais e mães orientam seus filhos negros a sempre portarem documentos para provar que são “gente de bem” quando abordados pela Brigada Militar, evidenciando a necessidade de combater o racismo estrutural e promover a igualdade racial na sociedade.

    Investigação e medidas cabíveis

    A sindicância aberta pelo governo do Rio Grande do Sul é fundamental para apurar os fatos e responsabilizar os envolvidos, caso seja comprovado que a abordagem da Brigada Militar foi racista ou truculenta.

    É necessário que as instituições de segurança pública sejam transparentes e atuem com respeito e equidade para garantir a segurança de todos os cidadãos, independentemente de sua cor ou raça.

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