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Demorou, mas a pauta do ‘bebê reborn’, enfim, chegou na Câmara de Maringá. Os bonecos hiper-realistas que viralizaram em nível nacional chamaram a atenção para o comportamento de seus donos, que tratam os objetos como crianças reais, levando a tramitação de alguns projetos de lei em nível nacional. E Maringá não ficou para trás.
Nesta semana, dois vereadores solicitaram ao legislativo a elaboração de projetos de lei que tratam sobre o tema: um pede a inclusão das ‘mães’ de reborn no rol de pessoas com direito a acompanhamento médico e psicológico no sistema de Saúde Pública, enquanto o outro quer multas, de até R$ 20 mil, para quem tentar furar filas de atendimento preferencial em estabelecimentos comerciais portando o boneco.
A primeira solicitação de projeto de lei – etapa onde o parlamentar pede que o setor de redação da Câmara escreva um esboço de projeto – foi feita pelo gabinete do vereador Luiz Neto (Agir) na segunda-feira (19). No pedido, o parlamentar declara a intenção de criar a “Política Municipal de Atenção Psicossocial a Mães Enlutadas com Indícios de Vínculo Substitutivo com Bonecos Bebê Reborn ou outros objetos inanimados”.
Basicamente, Neto quer que mães que perderam filhos e passaram a demonstrar “comportamento de substituição afetiva” por bonecos inanimados sejam identificadas e tenham tratamento psicológico gratuito ofertado pelo município.
Na justificativa, o autor afirma que o projeto de lei tem a intenção de “dar resposta a uma crescente demanda silenciosa relacionada a mães que, após vivenciarem o luto pela perda de filhos, desenvolvem comportamentos de vinculação emocional substitutiva com bonecos do tipo “bebê reborn”. O texto ainda não tem data para ficar pronto.
O pedido de Giselli Bianchini (PP) foi protocolado no dia seguinte, 20 de maio. O texto dela, no entanto, tem outro teor: a vereadora quer que o município aplique multas, de até R$ 20 mil, para pessoas que forem flagradas tentando furar a fila de estabelecimentos comerciais portando o boneco como se fosse uma criança.
Na Justificativa, Bianchini argumenta que o objetivo da medida é “coibir uma prática que vem se tornando cada vez mais preocupante: o uso de bonecos hiper-realistas, como os chamados ‘bebês reborn’, em simulações de atendimento médico em unidades de saúde públicas”. Segundo a vereadora, há relatos de “pessoas que levam esses bonecos até as UPAs e UBSs, fingindo se tratar de bebês reais em
situação de emergência, mobilizando profissionais, ocupando salas de triagem e até gerando alarde entre pacientes”. A própria vereadora fez um vídeo sobre o projeto em suas redes sociais.
O Maringá Post tenta contato com os vereadores para comentar os projetos.
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