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Agora afastado da presidência da Câmara de Maringá, o vereador Mário Hossokawa (Progressistas) afirmou sofrer perseguição do ex-deputado estadual Homero Marchese e do partido Novo. A declaração foi dada em entrevista concedida pelo vereador, aos canais institucionais da Câmara, nessa quinta-feira (23).
Mário foi afastado da presidência por liminar do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedida na terça-feira (21). A decisão faz parte de uma ação, movida pelo ex-deputado, que cita o marco temporal do STF que proíbe sucessivas eleições para os poderes legislativos do Brasil. Hossokawa havia sido reeleito em 1º de janeiro, com 21 votos, para o seu 5º mandato consecutivo na presidência da Casa de Leis maringaense.
Na liminar, o Supremo questionou o entendimento do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), que havia indeferido o pedido de Marchese para impedir a candidatura de Hossokawa em primeira e segunda instâncias. Na quinta (23), a Vara da Fazenda Pública reconsiderou a decisão tomada em dezembro, agora acompanhando o entendimento do Supremo.
O STF notificou a Câmara de Maringá sobre a liminar na quarta-feira (22). No mesmo dia, o legislativo cumpriu a decisão e deu posse a Sidnei Telles (Podemos), eleito para a 1ª vice-presidência, como presidente interino até que o caso seja julgado. Na entrevista dessa quinta (23), Mário Hossokawa confirmou que seus advogados tentam derrubar a liminar. Ele também afirma que não há irregularidades no processo eleitoral.
“Logicamente, respeitamos a decisão da Justiça, especialmente do Supremo Tribunal Federal. Por isso, nos afastamos imediatamente, como determinado. O cargo foi assumido pelo primeiro vice-presidente, o vereador Sidnei Telles, enquanto nossos advogados trabalham para derrubar essa liminar, já que não houve qualquer ilegalidade ou irregularidade na minha eleição”, disse.
Em outro trecho, o parlamentar afirma ser vítima de perseguição de Homero Marchese, com quem já dividiu a Casa de Leis entre 2017 e 2018.
“A maioria dos vereadores me escolheu para ser o presidente da Casa. Contudo, o ex-vereador e ex-deputado Homero Marchese, do Partido Novo, entrou com um mandado de segurança para tentar impedir minha candidatura à presidência da Câmara. Primeiramente, ele tentou na primeira instância, mas o pedido foi indeferido. Ele recorreu ao Tribunal de Justiça, onde, novamente, foi indeferido. Insatisfeito, ele recorreu ao Supremo Tribunal Federal, onde conseguiu uma liminar suspendendo temporariamente a minha função como presidente da Câmara. […] Sempre atuei com transparência e respeito à legislação, e continuo fazendo o mesmo nesta situação. No entanto, enfrento uma perseguição constante por parte deste deputado e do seu partido, que tentam, de todas as formas, me desestabilizar”, afirmou Hossokawa.
Ainda de acordo com o agora ex-presidente da Câmara, ele segue com a consciência tranquila.
“Apesar disso, tenho a consciência tranquila. Nunca fiz nada de errado. Sempre agi de forma correta como presidente da Casa, com respeito ao dinheiro público. Tanto é que fui eleito tantas vezes, tanto pelos vereadores quanto pela população, estando no meu oitavo mandato como vereador. Ninguém conquista oito mandatos sem trabalhar de forma correta. Além disso, fui eleito presidente da Câmara sete vezes, o que é um reconhecimento dos vereadores”, finalizou.
Em contato com o Maringá Post, o ex-deputado Homero Marchese rebateu as acusações de Mario. De acordo com ele, o ex-presidente da Câmara teria usado sua influência no legislativo para perseguir desafetos, citando como exemplos ele, na época em que foi vereador e a atual parlamentar Cris Lauer, do mesmo partido.
“Nas ruas, como na arena política, o valentão um dia encontra alguém que o para. É por isso que a população comemora tanto quando alguém assim perde. Daí resta ao valentão, que fez maldade para tanta gente, chorar como uma criança. Mário Hossokawa reinou por inúmeros anos da Câmara de Maringá e usou sua predominância na instituição e sobre outros vereadores para perseguir desafetos, como eu, a vereadora Cris Lauer e o Partido Novo, só para mencionar os casos mais conhecidos. Gostaria de deixar bem claro a ele, e até como um ato de amor, que não só fui ao Judiciário para impedi-lo de continuar desrespeitando um entendimento do STF, como fui ao Tribunal de Contas para questionar inúmeros atos de sua gestão e irei ao Ministério Público em breve”, disse.
Marchese também questionou o fato das declarações terem sido dadas em canais institucionais do legislativo. “A própria defesa de Mário, gravada pela equipe da Casa e exibida em canal oficial da Câmara, é ilegal e será objeto de representações minha. Hossokawa errou antes quando imaginou que poderia praticar ações sem consequências e continua errando agora”, finalizou.
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