Disputa pela reeleição à Câmara é recorde neste ano, aponta o Diap

Ao todo, 446 parlamentares são candidatos a mais um mandato. Os números são parciais e podem mudar em razão do processamento de dados da Justiça Eleitoral.

  • A tentativa de reeleição de deputados à Câmara neste ano é a maior desde as eleições de 1990, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) feito no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

    Ao todo, 446 parlamentares são candidatos a mais um mandato. Os números são parciais e podem mudar em razão do processamento de dados da Justiça Eleitoral. Segundo o Diap, 87% dos deputados querem mais quatro anos na Câmara.

    Até então, a eleição que havia registrado o maior índice de tentativa de reeleição foi a de 1998, com 443 deputados buscando novo mandato. “Esse alto índice de candidatos à reeleição pode significar um Congresso com ‘mais do mesmo'”, disse o analista político do Diap Neuriberg Dias.

    “Com mais chances de reeleição por estarem em exercício do mandato, esses candidatos são mais favorecidos em relação aos novatos”, afirmou.

    Em 2018, dos 513 deputados federais, 274 foram reeleitos – 53% do total da Câmara, de acordo com números do Diap. A expectativa dos próprios parlamentares é a de que agora esse total seja maior e a renovação observada na última disputa não se repita.

    Financiamento

    O maior fundo de financiamento eleitoral público da história das eleições no País, de R$ 5 bilhões, deve privilegiar quem já tem mandato.

    O que pode atrapalhar o plano dos deputados federais nesta campanha são as novas regras eleitorais. Neste ano, não há coligações para as eleições proporcionais e cada partido terá de fazer sozinho a quantidade de votos necessária para eleger representantes, um número calculado em cada Estado, conforme os votos válidos e a quantidade de cadeiras. Isso explica, por exemplo, o quadro de ex-governadores e “puxadores” de votos concorrendo a uma vaga na Câmara.

    “O fundão eleitoral e as emendas (ao Orçamento) são adicionais para a campanha dos atuais parlamentares. Os puxadores estão para garantir os votos necessários. O Congresso fez toda essa operação para garantir a reeleição”, disse Dias.

    Quem vai concorrer espera uma eleição difícil. “Vai ser uma campanha completamente diferente. É cada um por si e Deus por todos, mas eu já tenho a minha base consolidada, de modo que, com o pouquinho que a gente fez, vai dar certo”, afirmou o deputado Mauro Lopes (PP-MG), que tentará este ano o oitavo mandato na Câmara.

    Estadão Conteúdo

    Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

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