Nesta quarta-feira (27/2) a Prefeitura de Maringá vai apresentar uma contraproposta ao pedido de reajuste salarial feito pelo Sindicato dos Servidores Municipais de Maringá (Sismmar). A decisão do município ainda não foi fechada, mas o secretário de Recursos Humanos, César de França, adiantou que dificilmente o reajuste será maior que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado nos últimos doze meses.
“A princípio, com relação ao índice de reajuste é somente a inflação, dificilmente vai ser mais do que isso. Estamos avaliando as propostas, mas estamos com dificuldades de pagar até o índice inflacionário”, afirmou França. Segundo ele, o índice que vai ser divulgado em março, mês da data base dos servidores, tende a ficar entre 3% a 3,10%.
As declarações do secretário não agradaram o Sismmar que aprovou em assembleia no dia 16 de fevereiro um pedido de reajuste de 10% nos salários e aumento de 60% no vale-alimentação. O desejo dos servidores é que o benefício, atualmente de R$ 312,50, com contrapartida de R$ 62,50, seja elevado para R$ 500.
Os servidores também pedem a concessão do vale-alimentação para servidores municipais aposentados, em casos de licença-maternidade e licença-prêmio. O reajuste de 10% no salário inclui a reposição da inflação dos últimos doze meses, de acordo com o INPC, de 3,43%, mais o ganho real.
César de França disse que o pagamento de vale-alimentação para aposentados é ilegal. Ele também informou que nada está definido e “tudo pode acontecer”, mas por enquanto a prefeitura estuda deixar de fora os funcionários em licença-prêmio e conceder o vale-alimentação apenas para gestantes.
Mesmo assim, o secretário afirmou que a prefeitura terá um custo alto. De acordo com ele, são 440 servidoras municipais gestantes por ano em Maringá.
Sismmar não descarta greve para pressionar
A presidente do Sismmar, Iraídes Fernandes Baptistoni, disse acreditar que as propostas dos servidores serão acatadas. Na visão dela, o prefeito Ulisses Maia (PDT) não vai querer se “desgastar ainda mais” com os servidores.
“Nós que andamos nas bases sabemos que os servidores andam muito chateados com o prefeito. Ele está reduzindo hora extra e o salário está achatado porque ele não fez a revisão do plano de carreira no ano passado. Os servidores querem ver o salário aumentando de alguma forma”, afirmou.
Segundo ela, o sindicato não volta atrás em nenhuma das propostas. Sobre a ilegalidade da concessão do vale-refeição para os idosos, o Sismmar espera que a informação seja formalizada pela prefeitura por meio de um documento.
Caso as propostas não sejam acatadas, Iraídes não descartou a a possibilidade de greve dos servidores.“Conforme for a contraproposta da prefeitura, vamos avaliar seriamente fazer greve”.
A assessoria de imprensa da Prefeitura de Maringá disse que uma comissão analisa a proposta dos servidores e que não há nada definido.
A assessoria também informou que o vale-alimentação foi um dos benefícios proporcionados durante a gestão de Ulisses Maia e que foi aberta licitação de R$ 51,3 milhões para contratar a empresa que vai fazer a operação do vale-alimentação dos servidores.
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