Os cruzamentos das avenidas Rio de Janeiro e Inglaterra com a BR-376, em Sarandi, devem ser fechados nesta quarta-feira (28/3). Foi o que informou a assessoria de comunicação do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR), no final da tarde desta terça-feira (27/3).
A decisão se deu em atendimento a uma recomendação emitida no dia 12 de março pelo procurador do Ministério Público Federal (MPF), Adrian Pereira Ziemba, que pediu o fechamento definitivo do trecho e o desligamento dos semáforos em até 60 dias.
Em nota, o DER-PR informou que ainda não tinha estabelecido o horário que os cruzamentos seriam fechados e os equipamentos desligados. De acordo com o órgão, só em 2018 a Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou 11 acidentes no trecho.
A assessoria disse ainda que, “zela pela segurança de todos os usuários, tanto os que trafegam pela cidade como os que circulam pela rodovia, e entende que o interesse coletivo deve prevalecer sobre interesses individuais”.
Em novembro do ano passado, os dois cruzamentos já haviam sido fechados pela Viapar, concessionária que administra a rodovia, a pedido do DER-PR. Porém, em dezembro a governadora em exercício, Cida Borghetti (PP), decidiu atender aos pedidos do prefeito de Sarandi, Walter Volpato (PSDB), e determinou a reabertura.
Procurador diz que decisão não prejudica
No ofício, o procurador federal pediu para a Viapar, o DER-PR e o prefeito de Sarandi para que adotassem, no prazo de 60 dias, as providências necessárias para o fechamento dos cruzamentos e desligamento dos semáforos nos km 182,7 e 183 da BR-376.
O procurador também fixou prazo de 30 dias para que os notificados enviassem, por escrito, as providências adotadas para o cumprimento da recomendação.
Ziemba ainda pediu para que Volpato “se abstenha de adotar conduta destinada a obstaculizar o fechamento dos tais cruzamentos e desligamento dos semáforos”.
Na decisão, Ziemba considerou o pedido feito pela PRF, o parecer técnico do DER e o estudo de tráfego apresentado pela Viapar que aponta a “necessidade do fechamento definitivo dos cruzamentos em nível, para redução dos riscos de acidente e melhora da velocidade na rodovia”.
Baseado no estudo, o procurador afirmou na decisão que o fechamento não causa prejuízo ao tráfego de veículos. Os motoristas poderiam utilizar dois viadutos a 800 metros dos cruzamentos e a rotatória, em Maringá, no km 182, apenas 600 metros de distância.
Outro fator que pesou na decisão do MPF são os dados da PRF. O órgão registrou entre janeiro e outubro do ano passado, 82 acidentes entre o km 182 e o km 184.
O segundo maior local de ocorrências da BR-376, com 25% do total de acidentes, é no km 183, onde está um dos cruzamentos com semáforo. O segundo semáforo, no cruzamento do km 182,7, é o terceiro local com maior número de acidentes. Ali foram sete, das 82 ocorrências registradas pela PRF.
“Dessa forma é possível afirmar que a interrupção da via e as interferências causadas pela implantação dos semáforos ao longo de uma rodovia com fluxo e velocidades altas, contribuem diretamente para o número de acidentes no local, trazendo prejuízos tanto econômicos como sociais aos usuários da rodovia”, escreveu o procurador.
Prefeitura de Sarandi quer que DER espere 60 dias
De acordo com o secretário-chefe de Gabinete da Prefeitura de Sarandi, Jair Carneiro, o município recebeu a notificação do MPF no dia 20 de março. Segundo ele, o prefeito Walter Volpato foi, nesta terça-feira (27/3), para Curitiba conversar com a vice-governadora Cida Borghetti e buscar soluções para impedir o fechamento dos cruzamentos.
“Nós não queremos que feche. O que queremos é no mínimo que o prazo de 60 dias seja respeitado, para que politicamente ou através de decisão judicial interrompa a obrigação do município de fechar. O município quer que espere o prazo para entrar com defesa. Não tivemos a oportunidade de fazer uma defesa justa”, afirmou.
O secretário disse que a prefeitura foi pega de surpresa, já que ficou sabendo da decisão do DER-PR de fechar os cruzamentos em uma reunião na segunda-feira (26/3). Na ocasião, estavam reunidos representantes da Viapar, DER-PR e o secretário de Urbanismo de Sarandi.
Carneiro alegou que a prefeitura realizou as mudanças pedidas pelo DER-PR, como a instalação das câmeras de avanço de sinal e a mudança do tempo de semáforo para quatro minutos.
O secretário-chefe de Gabinete também disse que os dados de acidentes citados na decisão são do ano passado. “O que aconteceu foi um ou dois acidentes no dia que abriu. Depois que tomamos essas providências não houve mais nenhum. Aconteceram acidentes pequenos, coisas mínimas”, afirmou.
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