O Conselho Universitário da UEM (COU), em sessão extraordinária na manhã desta segunda-feira (5/2), autorizou o reitor Mauro Baesso a encaminhar um novo ofício ao governo do Paraná e à Caixa Econômica Federal (CEF), mediante do qual os salários dos 4,2 mil servidores e professores “seriam liberados imediatamente”. O documento foi enviado por volta das 10h30, e o governo e o sindicato dos trabalhadores da UEM confirmaram, à tarde, que o pagamento foi liberado hoje.
O texto do novo ofício, fruto de conversações mantidas durante o final de semana entre o reitor e o secretário estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), João Carlos Gomes, não faz nenhuma referência direta ao Sistema Integrado de RH Meta4, no entanto, segundo a assessoria de imprensa da Seti, “o sistema é único”. Deduz, daí, que para o governo, a UEM aderiu ao Meta4. A Reitoria, o COU e o Sinteemar negam.
Veja o que informou a Seti: “A Universidade Estadual de Maringá (UEM) enviou nesta segunda-feira (5) o ofício, assinado pelo reitor Mauro Baesso, informando a Caixa Econômica Federal de que o encaminhamento será feito pelo Estado, por meio do sistema único de recursos humanos e Secretaria da Fazenda. O pagamento aos servidores da UEM será liberado hoje”.
Às 17h20 desta segunda-feira, um grupo de servidores da UEM confirmou o recebimento do salário de janeiro, segundo informou a assessoria de imprensa do Sindicato dos Trabalhadores dos Estabelecimentos de Ensino de Maringá (Sinteemar). O presidente da entidade, José Maria Marquês, disse que na assembleia desta terça-feira (6/2) será votada a proposta de encerramento da greve.
O COU não tratou do tema Meta4 na reunião desta segunda-feira, portanto permanece a posição anterior, contra a adesão, embora a UEM já tenha sido inserida. A posição da Reitoria, do Conselho e do Sinteemar é a mesma em relação ao sistema, que segundo eles fere a “autonomia da universidade”. Com o ofício desta manhã, todos os servidores estaduais, cerca de 160 mil, passam a ser geridos pelo Meta4.
No final de semana, a Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) recusou recurso da UEM, para suspender a liminar que determinou às universidades estaduais o fornecimento de dossiês de recursos humanos para integração ao sistema Meta4. A 3ª Vara da Fazenda Pública, de Curitiba, que concedeu a liminar, chegou a ficar multa diária de R$ 500 aos reitores da UEM e Universidade Estadual de Londrina.
Assembleia do Sinteemar ratificou a greve
Os portões da UEM foram fechados na manhã desta segunda-feira (5/2). Apenas um deles, o da Rua 10 de Maio, permaneceu aberto, para possibilitar a saída de quem se encontrava no campus. A greve foi ratificada em assembleia do Sinteemar, com cerca de 270 servidores e professores, segundo informou a assessoria de imprensa da entidade.
A assembleia reafirmou posição contraria à inclusão da instituição no novo Sistema Integrado de RH Meta4, implantado em janeiro pelo governo do Estado, e ratificou o objetivo “de endurecer o movimento”, o que significa, entre outras ações, boicotar as matrículas dos aprovados no último vestibular e suspender as solenidades de colocação de grau dos formandos.
Nova assembleia será realizada nesta tarde, no Hospital Universitário de Maringá (HUM). Segundo a assessoria de imprensa do Sinteemar, “a ideia é paralisar 70% as atividades do hospital e manter, como estabelece a lei de greve, apenas 30% dos serviços essenciais. Mas isso será discutido na assembleia, que será realizada às 14 horas”. A assessoria reafirmou, às 13h, que “está todo mundo sem receber os salários os janeiros”.
Servidores do HUM decidem aderir à greve
Os servidores do HUM decidiram, em assembleia na tarde desta segunda, antes de sair o pagamento dos salários de janeiro, referendar a greve até que os salários fossem sacados. José Maria, do Sinteemar, disse que se reuniria com o comando de greve do hospital para decidir quais serviços devem ser paralisados. “Como é de praxe, deverão ser mantidos os serviços de urgência e emergência”, adiantou.
Sobre o Meta4, reafirmou que “o sindicato entende que a UEM não aderiu, mas há uma decisão judicial… Que fique claro, esse é um programa de controle, não é de transparência coisa nenhuma. É o fim da autonomia da universidade, que em um tempo não muito longo começará a diminuir as vagas para beneficiar as faculdades particulares”. Com a efetivação do pagamento, a greve deverá ser suspensa nesta terça-feira.
- Primeira atualização foi feita às 15h12 desta segunda-feira (5/2), com a inclusão do resultado da assembleia do HUM.
- Segunda atualização foi feita às 17h22 desta segunda-feira (5/2), com a inclusão da confirmação do pagamento dos salários de janeiro pelo governo do Paraná.
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