Com a pandemia do novo coronavírus, os hábitos dos consumidores mudaram. O consumo de produtos e marcas locais, principalmente de pequenos negócios, é apontado como uma das tendências pós-pandemia. O Instituto do Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR) e a Prefeitura de Maringá, por meio da Secretaria de Inovação e Desenvolvimento Econômico (Seide), preparam uma campanha para incentivar o consumo de produtos e serviços locais.
A ideia é conscientizar o consumidor a comprar nas feiras do produtor, hortas comunitárias e em negócios locais e dos bairros como quitandas, peixarias, padarias e açougues. São esses negócios, principalmente os de pequeno porte, que estão mais vulneráveis aos impactos da pandemia.
Levantamento do Sebrae/PR, que faz parte das atividades do Plano de Retomada do Desenvolvimento Econômico e Social de Maringá, mostra que dos 61 mil pequenos negócios da cidade, 68% estão mais vulneráveis aos impactos econômicos da crise.
A campanha, em formato de vídeo, deve ser divulgada ainda no mês de agosto. Além do consumo de produtos, o objetivo é incentivar o turismo local, principalmente rural, e o consumo de artesanato e produtos culturais da região.
Para a engenheira de alimentos do Instituto do Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR), Juliana Bittencourt, a decisão de comprar um produto local, de alguém que produz imposto, emprego e renda na cidade, é quase uma decisão política. Ela afirma que o consumo local é a forma de ser mais sustentável nos três pilares da sociedade: ambiental, social e econômico.
“Ambientalmente porque a produção local é mais agroecológica e pela questão do deslocamento do alimento. Se tenho alimento que vem de São Paulo, vai ter mais gasto de combustível e mais perda de alimento por essa logística. É mais sustentável do ponto de vista social porque acaba gerando renda e emprego no campo, o que incentiva as pessoas a ficaram no campo e em municípios pequenos, diminuindo a pressão por empregos nos grandes centros. Pela questão do emprego e redução de desperdícios, ajuda também na economia”, diz Juliana Bittencourt.
Espaço da agricultura familiar
Para incentivar o consumo local, o IDR e a Seide preparam a abertura de um ponto de venda em Maringá para comercialização de produtos de cooperativas da agricultura familiar. Segundo a diretora de Agricultura e Pecuária da Seide, Samireille Messias, o modelo de negócio é discutido com as cooperativas e deve estar em funcionamento até o mês de dezembro.
“Estamos no processo de dinamização de cooperativas, ter a formalização de todas elas. Em paralelo a isso, estamos buscando o espaço físico para comercialização” diz a diretora da Seide. Segundo ela, a proposta inicial é que o município ajude na formação do local, com o pagamento do aluguel. O espaço voltado para a agricultura familiar deve ficar na área central da cidade.
Outra forma de consumir produtos locais é por meio das feiras do produtor e hortas comunitárias. A Feira do Produtor Orgânico de Maringá, por exemplo, adotou o delivery e começou a vender frutas, legumes, verduras, pães, ovos, grãos e outros produtos pela internet. Os itens podem ser comprados pelo site com cartão de crédito ou débito e são entregues no endereço escolhido pelo consumidor.
Os produtos podem ser adquiridos durante a semana, até quarta-feira, e são entregues nas sextas-feiras, das 8h às 12h e das 13h às 17h. É o tempo necessário para o produtor colher os produtos e entregar frescos para o consumidor. A ação é uma iniciativa da Prefeitura de Maringá, por meio da Secretaria de Inovação e Desenvolvimento (Seide), em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR).
A Feira do Produtor, no estacionamento do Estádio Willie Davids, voltou a funcionar nas segundas e quartas-feiras, das 16h às 20h, e nos sábados, das 6h às 11h. A Feira do Produtor Orgânico de Maringá, na Rua Martim Afonso, atrás da Catedral de Maringá, ocorre nas quintas-feiras, das 16h às 20h e nos domingos, das 7h às 13h.
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