Maringá é a 9ª melhor cidade do Brasil para fazer negócios e, no Paraná, só perde para Curitiba. Saiba o segredo do bom desempenho

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Maringá é a 9ª melhor cidade do Brasil e a segunda do Paraná para fazer negócios. O “Ranking das Melhores Cidades para Fazer Negócios”, feito anualmente pela consultoria Urban Systems para a revista Exame, avalia cidades mais atrativas do país para investimentos, considerando as condições de infraestrutura.

Em comparação com ano passado, Maringá subiu seis posições – a cidade ocupava o 15º lugar. Vitória (ES) lidera nacionalmente o ranking. Curitiba é 7ª do país e a primeira do Paraná. Cascavel ocupa a 34ª posição e Londrina figura no 40º lugar do país.

Para formular a pesquisa, a consultoria se baseia nos indicadores de desenvolvimento econômico, capital humano, desenvolvimento social e infraestrutura. Os pontos obtidos em cada indicador são calculados por meio da metodologia Índice de Qualidade Mercadológica (IQM).

Quando os resultados são divididos pelos indicadores, a pior posição que Maringá ocupa é em desenvolvimento econômico, em que figura na 33ª posição. Neste índice são analisados saldo de empregos, importação e exportação, crescimento de MEIs e outros fatores.

A melhor posição da cidade é em desenvolvimento social, no qual Maringá ocupa o 23º lugar. Neste indicador são analisados dados referentes ao Índice de Desenvolvimento Humano, taxa de alfabetizados, coleta de esgoto, homicídios com arma de fogo e outros.

Confira posição de Maringá nos indicadores

  • 33º em Desenvolvimento Econômico – 7,911
  • 27º em Capital Humano – 4,049
  • 23º em Desenvolvimento Social – 3,991
  • 25º lugar em Infraestrutura – 3,336

Resultado se deve ao planejamento urbano

Segundo o economista João Ricardo Tonin, os indicadores que colocam Maringá entre as 10 melhores cidades dos país para fazer negócios são reflexos do planejamento da cidade. “Isso faz com que a cidade tenha capacidade de investimento e quem olha Maringá de fora vê essa segurança para trazer novos investimentos”, afirmou.

Para Tonin, outro fator positivo é que o potencial de desenvolvimento da cidade empurra a retomada de crescimento. Assim, Maringá acaba se diferenciando no cenário nacional e não sente de forma tão intensa os efeitos da crise.

Um dos exemplos disso, observou Tonin, é que a cidade ocupa o terceiro lugar em geração de empregos do Estado, enquanto Londrina, com características parecidas, tem saldo negativo.

“Tudo está muito relacionado a estrutura, saneamento básico e volume de urbanização. O investimento no passado tem surtido efeito, apesar de Maringá, em termos de cidade de primeiro mundo, ainda ficar muito abaixo”, disse João Tonin.

De acordo com o economista, se quiser continuar com os bons indicadores, Maringá precisa pensar em modelos de negócios que também sejam bons para as cidades vizinhas: “A gente não pode aceitar um padrão de Maringá, diferente das cidades vizinhas. Maringá tem que, urgentemente, pensar não só no planejamento na forma de uma ilha, mas em uma estrutura conjunta”.

Presidente da Acim destaca polo educacional

O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Maringá (Acim), Michel Felippe Soares, também destaca o planejamento da cidade como um dos fatores para que Maringá tenha ocupado um lugar de destaque no ranking. Para ele, outro fator, é a característica universitária da cidade.

“Por ser um polo de educação, com várias instituições de ensino privadas, atrai estudantes que depois de formados muitas vezes optam por ficar e trabalhar na cidade. Tanto que a cidade abriu quase três mil empregos com carteira assinada nesse ano”, disse Soares.

Para o presidente da Acim, o fato de Maringá ter melhorado a posição no ranking ante 2017 cria um clima favorável para que novos empresários decidam investir na cidade. “Empresário, antes de investir, faz cálculos. E decide investir em locais com boa renda per capita, infraestrutura, mão de obra qualificada e perspectivas para prosperar, fatores que Maringá reúne”.

Parque Tecnológico é aposta em novos negócios

Para o secretário de Inovação e Desenvolvimento Econômico, Francisco Favoto, a própria estrutura da cidade, como aeroporto e rodovias, colabora para os bons índices do município. Na visão dele, os órgãos que planejam o município de forma conjunta, também colaboram para os resultados. “Até os políticos se unem na hora de buscar alguma coisa para Maringá”, disse.

Segundo Favoto, com os resultados do ranking, os investidores começam olhar a cidade com outros olhos, o que pode gerar novos negócios. “Quem tem recursos pensa em investir, ganhar dinheiro, e em momento de crise as pessoas buscam lugares mais seguros para fazer negócios”, afirmou.

Além da venda de lotes no Parque Industrial, o Parque Tecnológico do município é uma das apostas para se trazer novos investimentos. O setor de Tecnologia da Informação (TI) é um dos que se destaca em Maringá e a perspectiva é de crescimento neste ano.

Para 2018, de acordo com a Seide, o setor vai registrar faturamento de R$ 1 bilhão, contra os R$ 802,7 milhões de 2017. Esse resultado garante R$ 20 milhões de ISS para o município. Segundo Favoto, a licitação para venda de lotes no Parque Tecnológico deve ficar pronta no próximo ano.

Ranking auxilia a geração de negócios de TI

Muitos negócios fechados com as empresas do setor de TI de Maringá, e que geram este faturamento para o município, são com empresas de outras cidades. Para a presidente da Software By Maringá, que reúne as empresas de desenvolvimento de software de Maringá, Rafaela de Campos Benatti, o ranking possibilita a geração de mais negócios para o setor.

“Isso ajuda a trazer mais empresas de fora para cá, o que beneficia o ecossistema, cria empregos e gera renda. Isso é extremamente positivo, não só para quem quer fazer negócios, mas para quem busca para onde ir”, afirmou Rafaela.

Para se entender o tamanho desse polo tecnológico em Maringá, a Associação Brasileira de Startups, a ABStartups, incluiu 30 startups maringaenses em uma mapeamento nacional. Segundo a presidente da Software By Maringá, são mais de 3 mil empregos gerados pelo setor de TI local.

De acordo com Rafaela Benatti, o Parque Tecnológico pode trazer visibilidade para o setor de TI da cidade, já que muitas empresas e startups estão espalhadas.

“Isso, é um ciclo virtuoso de crescimento, aparece mais gente, gera mais emprego, mais renda e assim, sucessivamente. Isso me deixa confiante, não só com o crescimento econômico de Maringá, mas de todo entorno”, afirmou.


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