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A era das redes sociais potencializa um fenômeno conhecido como “revenge quitting” ou, em português, demissão com vingança: os colaboradores não apenas pedem demissão de seus empregos, como, também, vão às redes sociais expor os pontos negativos do trabalho.
Formado em administração e especialista em Recursos Humanos (RH), Guilherme Silva, sócio fundador da Forward, afirma que fortalecer a cultura e a compreensão de onde a empresa quer chegar, alinhando pontos como missão, visão e valores, são algumas estratégias para evitar que isso aconteça.
“A grande chave para o equilíbrio é o fortalecimento de cultura, o entendimento de onde a empresa quer chegar, relacionado aos seus pontos voltados à missão, visão e valores, mas, sobretudo, alinhar o propósito daquilo que os colaboradores buscam para suas vidas e carreiras. Então, é trazer o alinhamento e o equilíbrio cultural entre comunidade, pessoas, colaboradores e empresa”, ressalta Guilherme Silva. De acordo com o especialista, o modo de trabalho mais afetado é o regime CLT. “Nós temos cerca de 40% das pessoas pedindo demissão por insatisfação em relação à cultura da empresa”, aponta.
De acordo com Guilherme, a nova geração de mão de obra deseja flexibilidade de horários e sofre com uma má gestão por parte das lideranças corporativas. “Alguns outros quesitos internos tornam a cultura empresarial tóxica, se podemos dizer dessa forma. E o pior cenário é que, no Brasil, os indivíduos estão indo para a rede social com publicações que expõem os pontos negativos ou que causaram insatisfação para os trabalhadores daquela empresa. É uma exposição da imagem empregadora muito ruim”, avalia.
Para evitar situações como essa, o especialista pondera que é necessária uma análise interna dos pontos culturais mais frágeis e dos que são importantes e fundamentais para a organização. “A partir daí, a gente desenvolve uma capacitação das lideranças que serão os disseminadores dessa cultura. Também fazemos um entendimento de perfil comportamental de cada indivíduo, para observar o alinhamento em relação a essa cultura. E, por fim, a gente também faz um benchmark para entender o que, de fato, os indivíduos estão buscando, o que os colaboradores buscam no mercado”, aponta.
Nesse sentido, Guilherme ressalta a importância de a cultura da empresa se adaptar às pessoas e não o contrário. “Devemos buscar manter a essência do negócio, mas atualizar e adaptar a cultura organizacional e não obrigar as pessoas a se moldarem à cultura da empresa. Assim, teremos as melhores pessoas e, além de tudo, satisfeitas com o trabalho. Isso é o mais importante para o fortalecimento da imagem empregadora”, ressalta o especialista.
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