Segundo Fiocruz, segurança na volta às aulas presenciais depende de toda a comunidade escolar

É fundamental que toda a comunidade escolar seja responsável pela prevenção da Covid-19 – incluindo professores, pais, responsáveis e alunos.

  • Após um período de intensa preparação em janeiro, as escolas da rede estadual de ensino retomam as aulas presenciais nesta segunda-feira, 7 de fevereiro. No entanto, a pandemia provocada pelo Coronavírus ainda não chegou ao fim, o que quer dizer que todas as escolas devem continuar seguindo os protocolos de segurança para evitar a transmissão da Covid-19.

    A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Sociedade Brasileira de Pediatria reforçam que o dever da prevenção do vírus não depende do trabalho dos professores ou funcionários, mas sim, depende do engajamento de toda a comunidade escolar – incluindo pais, responsáveis e alunos.

    Além de estar atentos aos sintomas e aos protocolos, os pais devem se vacinar, vacinar seus filhos e buscar participar da prevenção no dia a dia.

    Coordenadora do grupo de trabalho criado na Fiocruz para produzir recomendações sobre a prevenção da covid-19 no ambiente escolar, a pneumologista Patrícia Canto afirma que os pais não podem delegar as responsabilidades apenas para a escola.

    “A gente não pode esperar que o professor assuma todas as funções. As crianças aprendem muito pelo exemplo, com os pais usando máscara, álcool em gel e explicando o que é certo e errado nesse momento da Covid. É claro que o professor tem essa função na sala de aula, mas é fundamental que a família faça seu papel nessa orientação”.

    Vacinação

    A pesquisadora acrescenta que a vacinação é uma das principais ferramentas para tornar o ambiente escolar mais seguro, porque pessoas imunizadas, mesmo quando contaminadas, tendem a ter menores cargas virais e transmitir menos a doença.

    “É importante que a gente faça campanhas para que os pais levem os filhos para que possam ser vacinados e é importante que os pais sejam vacinados, porque essa também é uma forma de proteção das crianças”, afirma. “Quanto mais pessoas imunizadas, menos o vírus vai circular”.

    Patrícia defende que as crianças sejam vacinadas assim que houver vacinas disponíveis para elas no calendário de cada município, mas recomenda que os pais não devem condicionar a volta às aulas presenciais à imunização completa ou esperar algum período para que as vacinas já aplicadas façam efeito – isso porque as crianças e adolescentes foram muito penalizadas pelo afastamento das aulas presenciais.

    “Isso traz consequências sérias para o desenvolvimento psicossocial e até nutricional, porque muitas crianças são dependentes da nutrição nas escolas”, explica Patrícia, citando que a escola também é um espaço de proteção social contra diversas formas de violência. “Nesse momento, nós entendemos que as crianças estão mais vulnerabilizadas pela ausência da aula presencial do que pelo risco de formas graves da doença”.

    Atenção aos sintomas

    Além de ensinar como se proteger da doença e buscar a vacinação, um dos pontos mais importantes para os pais é a atenção aos sintomas gripais em crianças, como obstrução nasal, febre, tosse, dor de cabeça e diarreia. A pneumologista da Fiocruz pede que os responsáveis se comprometam a não levar para a escola crianças sintomáticas ou com casos confirmados em pessoas da mesma residência.

    “É comum que os pais achem que com uma febre baixa ou nariz escorrendo pode mandar para a escola, mas, nesse momento, é importante que todos tenham a consciência que qualquer sintoma é igual a não ir para a escola e comunicar a coordenação para que tomem as providências”, afirma Patrícia.

    Da mesma forma, as escolas devem oferecer condições, dentro das suas possibilidades, de maior distanciamento possível e treinamento de todo profissional de educação em relação ao uso de máscara, higiene das mãos, manter janelas abertas, fazer atividades ao ar livre sempre que possível e evitar reuniões e aglomerações.

    Dados divulgados pela Agência Brasil.

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