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A primeira grande leva de deportações promovida pelo governo de Donald Trump trouxe de volta ao Brasil 88 cidadãos brasileiros, mas, ao contrário do que sugere o discurso adotado pela administração americana, nenhum deles possuía pendências judiciais ativas.
A informação foi divulgada pela jornalista Marina Dias, do Washington Post, e confirmada pela jornalista Daniela Lima, da GloboNews.
Fichas criminais
Após a chegada dos deportados ao Brasil, a Polícia Federal (PF) fez um levantamento minucioso das fichas de cada um. Segundo fontes da corporação, alguns dos deportados tinham registros criminais anteriores, mas todos os casos já estavam resolvidos, sem qualquer débito com a Justiça.
A PF também consultou o sistema da Interpol para verificar a existência de alertas vermelhos, que indicam buscas internacionais por criminosos. Nenhum dos 88 deportados constava na lista.
Diante desse cenário, a Polícia Federal informou ao Ministério da Justiça e ao Planalto que não havia justificativa para manter os deportados algemados após sua chegada ao Brasil. Dessa forma, os brasileiros foram desembarcados em Manaus, tiveram as algemas retiradas e, posteriormente, foram levados para seus destinos finais em uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB).
Uso de algemas
O protocolo de deportação dos Estados Unidos prevê o uso de algemas nos punhos e tornozelos durante o transporte de imigrantes irregulares, independentemente do histórico criminal dos passageiros. Esse procedimento é adotado tanto pelo governo Trump quanto por administrações democratas, como a de Joe Biden.
No entanto, autoridades brasileiras buscam estabelecer um protocolo mais transparente para futuras deportações. A proposta da Polícia Federal é que os Estados Unidos informem previamente os nomes dos deportados, permitindo que o Brasil faça uma consulta antecipada para verificar eventuais pendências judiciais antes do desembarque.
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