A inclusão dos riscos psicossociais na NR-01 e a importância do bem-estar interno nas empresas

Hoje eu apresento para você o impacto da inclusão desses riscos na legislação trabalhista, a relevância de promover o bem-estar interno nas empresas.

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    A inclusão dos riscos psicossociais na Norma Regulamentadora nº 01 (NR-01) trouxe um marco significativo para a gestão de saúde e segurança do trabalho no Brasil. Essa mudança reforça a necessidade de as empresas ampliarem o olhar para além das condições físicas de trabalho e considerarem os aspectos psicológicos, emocionais e sociais que afetam a saúde dos colaboradores.

    Hoje eu apresento para você o impacto da inclusão desses riscos na legislação trabalhista, a relevância de promover o bem-estar interno nas empresas e como essas ações estão diretamente relacionadas à produtividade, retenção de talentos e ao ambiente organizacional saudável.

    O que são riscos psicossociais e como foram incluídos na NR-01?

    Riscos psicossociais são fatores relacionados às condições organizacionais, gestão de trabalho e interações interpessoais que podem causar impacto negativo na saúde mental e física dos trabalhadores. Eles incluem:

    • Excesso de carga de trabalho;
    • Falta de controle sobre tarefas;
    • Pressão por prazos excessivamente curtos;
    • Assédio moral ou sexual;
    • Conflitos interpessoais;
    • Falta de reconhecimento ou suporte emocional.

    Em dezembro de 2021, o Ministério do Trabalho e Previdência publicou a Portaria nº 6.730, que trouxe atualizações importantes na NR-01, determinando que a identificação e gestão dos riscos psicossociais façam parte do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR).

    Segundo a NR-01, no item 1.5.3.1, as empresas devem identificar os riscos ocupacionais (físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e agora psicossociais) e elaborar medidas preventivas para proteger a saúde e a segurança dos trabalhadores.

    Essa medida está em consonância com tendências globais, como as diretrizes da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), que têm defendido a importância de abordar o impacto do estresse ocupacional e outros fatores psicossociais no local de trabalho.

    A relação entre bem-estar interno e resultados organizacionais

    O bem-estar interno vai além de ações pontuais, como ginástica laboral ou palestras motivacionais. Ele diz respeito à criação de um ambiente de trabalho no qual os colaboradores se sintam seguros, valorizados e reconhecidos.

    De acordo com um relatório da Gallup (2021), empresas que investem em bem-estar interno conseguem:

    • Aumentar a produtividade em até 17%;
    • Reduzir o absenteísmo em 41%;
    • Diminuir os custos com rotatividade em até 59%.

    A gestão adequada dos riscos psicossociais é um dos pilares fundamentais para alcançar esses resultados. Um ambiente de trabalho com alto nível de estresse, baixa comunicação e relações interpessoais conflituosas pode gerar um aumento significativo nos casos de burnout, ansiedade e depressão. Segundo dados da OMS, transtornos mentais custam à economia global cerca de US$ 1 trilhão por ano em perda de produtividade.

    Exemplos práticos de gestão de riscos psicossociais

    Empresas que se destacam na gestão do bem-estar interno incorporam boas práticas para prevenir e mitigar os riscos psicossociais, tais como:

    1. Avaliação Periódica do Ambiente de Trabalho
       Aplicar pesquisas internas para identificar fatores de risco, como sobrecarga de trabalho ou insatisfação com a liderança.
    2. Treinamento de Lideranças
       Capacitar gestores para lidar com equipes de forma humanizada, promovendo uma comunicação clara e empática.
    3. Programas de Apoio Psicológico
       Disponibilizar acesso a psicólogos, coaching de carreira ou grupos de apoio dentro da empresa.
    4. Políticas de Flexibilidade
       Implementar políticas como home office e jornadas flexíveis, que ajudam a reduzir o estresse associado à rotina de trabalho.

    Por exemplo, empresas como Google e Microsoft são conhecidas por priorizarem a saúde mental de seus colaboradores. Elas oferecem desde programas terapêuticos até benefícios específicos para melhorar a qualidade de vida, como ambientes de descompressão e licenças remuneradas para questões de saúde mental.

    A legislação e o papel das empresas

    De acordo com a NR-01, a inclusão dos riscos psicossociais reforça que a responsabilidade pelo bem-estar dos colaboradores não é apenas uma questão ética, mas também legal. A não conformidade com a norma pode acarretar penalidades, como multas e interdições, além de aumentar a exposição da empresa a ações trabalhistas.

    Além disso, as organizações precisam compreender que investir em um ambiente saudável é um diferencial competitivo. Colaboradores saudáveis e motivados tendem a inovar mais, atender melhor os clientes e se engajar na missão da empresa.

    A inclusão dos riscos psicossociais na NR-01 marca um avanço essencial para a proteção da saúde integral dos trabalhadores brasileiros. Contudo, sua eficácia depende da implementação de políticas práticas e contínuas por parte das empresas, que precisam enxergar o bem-estar interno como um ativo estratégico, e não apenas como um custo.

    Ao considerar o bem-estar interno, as organizações não apenas atendem às exigências legais, mas também constroem uma cultura de trabalho que promove crescimento, inovação e sustentabilidade. Afinal, colaboradores felizes e saudáveis são o alicerce para o sucesso empresarial duradouro.

    Se sua empresa ainda não incluiu a gestão dos riscos psicossociais no planejamento estratégico, agora é o momento. É hora de liderar pelo exemplo e criar ambientes onde todos possam prosperar.

    Não sabe como incluir essa gestão? Entre em contato comigo!

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