Tempo estimado de leitura: 2 minutos
A Corregedoria da Polícia Científica do Paraná está investigando o médico legista Alcimar José Vidolin, que publicou um vídeo nas redes sociais alegando que a maioria dos casos de violência contra a mulher que atende são denúncias falsas. Vidolin, que atua como perito em Curitiba e Joinville, disse que as mulheres podem arruinar a vida de seus parceiros sem a necessidade de provas e que os homens estão sendo “humilhados” pelas leis que, segundo ele, deveriam protegê-los.
“90% do trabalho hoje é ‘violência familiar’, ‘violência contra mulher’. Por que eu coloco entre aspas? Porque para cada caso verdadeiro tem dezenas de acusações falsas, para vingança, para plantagens patrimoniais e para alienação parental” diz.
Ele criticou as legislações de proteção às mulheres, afirmando que são parte de uma “engenharia social maligna” que busca desestruturar famílias e prejudicar crianças. Segundo dados da Secretaria da Segurança Pública do Paraná, quase 160 mil casos de violência contra a mulher foram registrados no estado entre janeiro e agosto deste ano, com um aumento de 4,8% em relação a 2023.
“A tua mulher é teu inimigo, ela pode destruir você se ela escolher, ela não precisa de provas, não precisa de testemunhas, bastam meras alegações” afirma.
A Polícia Científica do Paraná e a Polícia Científica de Santa Catarina estão em contato para compartilhar informações sobre a apuração ética da conduta de Vidolin. O Grupo Perícia Mulheres e o Sindicato dos Peritos Oficiais do Paraná expressaram indignação e repúdio às declarações do médico, enfatizando que sua postura desrespeita os direitos das mulheres.
A Associação Brasileira de Criminalística também se manifestou, lembrando que as evidências periciais são fundamentais para comprovar a violência. O Conselho Regional de Medicina do Paraná anunciou a instauração de sindicância para investigar o caso.
Vídeo: Reprodução
Comentários estão fechados.