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Dados do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil, publicado em 2021, revelam que a prevalência de aleitamento materno exclusivo entre crianças menores de 6 meses no Brasil alcançou 45,8%. Embora o índice ainda seja considerado baixo, representa um progresso significativo em comparação com décadas anteriores; em 1986, o percentual era de apenas 3%.
Durante os anos 1970, a média de duração da amamentação no Brasil era de cerca de dois meses e meio. Atualmente, essa média subiu para 16 meses, ou seja, 1 ano e 4 meses. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece como meta que, até 2025, pelo menos 50% das crianças de até 6 meses sejam amamentadas exclusivamente.
Em Brasília, no dia 1º de agosto de 2024, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou novas iniciativas para promover a amamentação durante a solenidade de lançamento da Semana Mundial da Amamentação 2024, que ocorre de 1º a 7 de agosto. Este ano, a campanha enfatiza a amamentação como um meio crucial para proteger a saúde infantil e maternal.
A meta do governo brasileiro é elevar a taxa de aleitamento materno exclusivo para 70% até 2030. “Queremos melhorar ainda mais esses números e alcançar a meta de 70% de aleitamento materno exclusivo até os 6 meses, servindo de exemplo para outros países,” afirmou a ministra. “O Brasil é referência em unir conhecimento científico, gestão e mobilização social na saúde pública.”
A campanha destaca que a amamentação é a forma mais eficaz e econômica de reduzir a mortalidade infantil, diminuindo o risco de diarreias, afecções perinatais e infecções, que são principais causas de morte entre recém-nascidos. Além disso, a amamentação oferece benefícios significativos para a saúde das mulheres, reduzindo as chances de câncer de mama e ovário.
Jersey Timoteo, secretário adjunto de Atenção Primária à Saúde, enfatizou que a amamentação deve ser vista como um direito fundamental das crianças e mães, essencial para a garantia da vida.
Laís Costa, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e mãe de duas crianças, compartilhou sua experiência. Com a primeira filha, que nasceu com síndrome de Down, Laís recebeu a fórmula de leite artificial, apesar do mito de que a condição impediria a amamentação. Com sua segunda filha, a amamentação foi iniciada logo após o nascimento. Laís questiona por que a filha que mais precisava de proteção foi privada do leite materno, ressaltando a importância de garantir esse direito a todas as crianças.
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