A importância da saúde cardíaca no ambiente de trabalho

O estresse e a falta de atividade física no trabalho são fatores que podem impactar negativamente a saúde do coração.

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    O cardiologista Mauricio Sperandio, do Hospital Costantini, pontua riscos cardíacos relacionados ao ambiente de trabalho.

    Lembrando que neste sábado (27 de julho) é o Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho, o Hospital Cardiológico Costantini, de Curitiba, chama a atenção para a importância da saúde cardíaca no ambiente de trabalho.

    Segundo o cardiologista Maurício Sperandio, do corpo clínico do hospital, o estresse e a falta de atividade física no trabalho são fatores que podem impactar negativamente a saúde do coração.

    O Dr. Maurício ressalta que o estresse no ambiente de trabalho pode ter um impacto significativo na saúde cardiovascular. “Quando estamos estressados, nosso corpo libera hormônios como o cortisol e a adrenalina, que aumentam a frequência cardíaca e a pressão arterial. Esse estado constante de ‘alerta’ pode levar a inflamações nas artérias, contribuindo para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como o infarto do coração e o derrame cerebral”, afirma.

    Além disso, o estresse pode levar a comportamentos pouco saudáveis, como má alimentação, sedentarismo e consumo excessivo de álcool e tabaco, que são fatores de risco para doenças cardiovasculares. Os sinais de alerta de que o estresse está prejudicando o coração incluem palpitações, dor no peito, fadiga extrema e falta de ar durante atividades físicas leves.

    Impacto da inatividade física

    A inatividade física, comum em muitos trabalhos de escritório, é outro fator de risco significativo para doenças cardíacas. “Passar longos períodos sentado pode levar ao acúmulo de gordura abdominal, aumento do colesterol ruim (LDL) e piora do açúcar no sangue, entre outros problemas”, destaca o cardiologista. A falta de movimento também pode contribuir para a hipertensão e a resistência à insulina, aumentando o risco de diabetes tipo 2.

    Para combater esses riscos, o Dr. Maurício Sperandio recomenda incorporar atividades físicas simples na rotina de trabalho. “Caminhadas curtas pelo escritório a cada hora, alongamentos de braços, pernas e costas, subir escadas em vez de usar o elevador e pequenas pausas para exercícios de baixa intensidade são altamente recomendados”, sugere. Quanto mais movimento no dia-a-dia, maior a prevenção de doenças cardiovasculares.

    Além da atividade física, é essencial optar por refeições balanceadas, evitar alimentos processados e ricos em açúcar, manter-se hidratado e praticar técnicas de relaxamento, como meditação e respiração profunda. “Garantir uma boa qualidade de sono é essencial para a recuperação do corpo. Realizar exames médicos periódicos para monitorar a saúde cardíaca e promover um ambiente de trabalho que valorize o bem-estar dos funcionários também são medidas eficazes”, completa.

    Alimentação no Trabalho

    Uma alimentação inadequada no trabalho, rica em gorduras saturadas, açúcares e sal, pode levar ao aumento do colesterol ruim (LDL), hipertensão e obesidade, todos fatores que aumentam o risco de doenças cardíacas. Optar por lanches saudáveis, como frutas, nozes e iogurtes, e evitar o consumo excessivo de fast food e alimentos processados é fundamental para manter o coração saudável.

    Para a prevenção de problemas cardíacos, o cardiologista recomenda a realização de exames e check-ups anuais, como monitoramento da pressão arterial, avaliação dos níveis de colesterol e glicemia de jejum, além de exames como eletrocardiograma (ECG), teste de esforço e ecocardiograma. “Acima de tudo, uma consulta médica bem realizada é indispensável para a detecção de doenças, prevenção clínica e promoção da saúde”, enfatiza.

    A cultura do “workaholismo” pode ser extremamente prejudicial à saúde cardíaca. “Estabelecer limites claros para trabalho e descanso, incentivar atividades de lazer e tempo com a família e amigos, planejar o dia de forma eficiente para evitar sobrecarga, criar um ambiente de trabalho que valorize a saúde e o bem-estar dos funcionários são ações essenciais para combater essa cultura”, conclui o cardiologista.

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