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Na última terça-feira (16), Erika de Souza Vieira Nunes, de 42 anos, foi presa em flagrante ao tentar realizar o saque de R$ 17 mil de um empréstimo em um banco, acompanhada de seu tio, Paulo Roberto Braga, de 68 anos, que estava falecido. A defesa de Erika entrou com um pedido de habeas corpus na 2ª Vara Criminal de Bangu nesta quinta-feira (18), buscando a revogação da prisão.
Os advogados argumentam que Erika, que tem uma filha de 14 anos com necessidades especiais, é uma cidadã de bons antecedentes e não tem intenção de fugir ou interferir nas investigações. Eles solicitam que ela possa responder ao processo em liberdade. A decisão sobre o pedido ainda está pendente de análise judicial.
Paulo Roberto Braga havia sido internado com pneumonia e recebeu alta na segunda-feira (15). Após a alta, Erika, que se identifica como sobrinha e cuidadora do idoso, o acompanhou em visitas a instituições financeiras para obter empréstimos e realizar saques. Durante a audiência de custódia, a juíza Rachel Assad da Cunha manteve a prisão de Erika, que enfrenta acusações de vilipêndio de cadáver e tentativa de furto.
A juíza descreveu a ação como “repugnante e macabra”, convertendo a prisão em flagrante em preventiva. Ela destacou a indignidade da situação a que o idoso foi exposto, independentemente do momento exato de sua morte. A capacidade do idoso de expressar sua vontade foi questionada, dada sua condição de saúde.
A defesa sustenta que o idoso estava vivo ao chegar ao banco, uma alegação que está sob investigação pela 34ª DP (Bangu). A juíza enfatizou a aparente intenção de Erika de obter dinheiro e questionou a falta de percepção de seu estado pelo público e pela própria Erika. A instrução probatória deverá avaliar se a conduta de Erika pode ter contribuído para o falecimento do idoso, considerando o esforço físico a que ele foi submetido.