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Uma tese de doutorado defendida na Universidade Estadual de Maringá (UEM) investigou o impacto da atividade física e do comportamento sedentário em pessoas com doença renal crônica em tratamento de hemodiálise.
O estudo, conduzido pelo pesquisador chileno César Faúndez-Casanova, analisou 167 pacientes brasileiros e mostrou que níveis mais elevados de atividade física estão associados a uma melhor qualidade de vida e menor risco de mortalidade.
Segundo os dados, pacientes que realizavam atividade física moderada a vigorosa tinham até 2,4 vezes mais chances de relatar boa qualidade de vida. Melhorias significativas já foram observadas com caminhadas de cerca de 40 minutos por semana, o equivalente a 132 METs-min/semana.
Em contrapartida, pacientes que permaneciam sentados por sete horas ou mais por dia, ou expostos a telas por mais de 3,7 horas diárias, apresentaram pior percepção da qualidade de vida.
A principal conclusão foi a redução de 75% no risco de morte entre os pacientes que passavam menos de seis horas por dia sentados. O acompanhamento teve duração de 18 meses.
O estudo utilizou instrumentos validados como o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) e o Kidney Disease Quality of Life Short Form (KDQOL-SF), traduzido para o português.
Os resultados reforçam a importância de incluir exercícios físicos adaptados como parte do cuidado nas unidades de hemodiálise. A proposta é reduzir o tempo sedentário e incorporar o exercício como ferramenta terapêutica.
A tese foi orientada pelo professor Ademar Avelar, do Departamento de Educação Física da UEM. Um dos artigos derivados do estudo foi publicado na revista científica Retos e está disponível online.