Para custear Tarifa Social, conta de água pode ficar mais cara no Paraná

A Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Paraná (Agepar) abriu uma consulta pública sobre a implantação da Tarifa Social de saneamento. Projeto prevê rateio de 2,7% na tarifa comum entre os contribuintes para custear o benefício.

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    A Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Paraná (Agepar) abriu, nesta semana, uma consulta pública aos paranaenses sobre a implantação da Tarifa Social de saneamento. Até o dia 8 de janeiro, todos os cidadãos interessados podem enviar sugestões, questionamentos e outros comentários sobre o tema, por meio de formulário online (clique aqui para acessar).

    Prevista pela Lei Federal nº 14.898/24, a Tarifa Social tem como objetivo atender famílias em situação de vulnerabilidade econômica e/ou social, oferecendo descontos na conta de água para quem atender os critérios de elegibilidade. O Paraná já tem um programa semelhante, o Água Solidária, da Sanepar e do Governo do Estado, o que deu origem a uma nota técnica que ajuda a embasar a implementação da novidade.

    Como o programa Água Solidária já oferece desconto de 80% para as famílias contempladas (até 10 m³/mês), o Grupo de Trabalho do Governo do Estado que estuda o tema optou por mantê-lo, além de garantir desconto de até 50% para as demais famílias elegíveis para a Tarifa Social que estejam enquadradas na primeira faixa de consumo (até 5 m³/mês). De acordo com a nota técnica, 375 mil famílias já são atendidas pelo Água Solidária.

    O projeto também especifica como o Estado deverá compensar o subsídio do programa, que funcionará num modelo de ‘subsídio cruzado’. Em outras palavras, para a implantação da Tarifa Social de saneamento, a conta de água deverá ficar mais cara para os demais consumidores não inclusos no programa.

    Com isso, no Paraná, os demais consumidores que não estejam contemplados nesta Tarifa Social devem ter um acréscimo de 2,71% nas faturas devido ao rateio dos custos entre as demais categorias de usuários dos serviços. Para ter acesso aos benefícios da Tarifa Social Federal, as famílias devem estar inscritas no o Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), além de atender outros critérios elencados na lei.

    “A própria legislação indica que, nos estados em que já há programas semelhantes, eles podem ser mantidos, desde que ofereçam os mesmos benefícios que a Tarifa Social ou superiores”, explica Adalto Acir Althaus Junior, chefe da Coordenadoria de Saneamento Básico da Agepar. “E usuários que se enquadrem em ambas as categorias deverão ser mantidos na categoria Água Solidária, dado o maior benefício disponível ao usuário nesta categoria”.

    Além disso, a Sanepar deverá enviar anualmente à Agepar os dados relativos ao número de usuários ou economias e ligações, organizados por volume de água consumido, valor faturado de água e esgoto separadamente, faixa de consumo, mês de referência e outras diferenciações da tarifárias pertinentes.

    Após encerramento do prazo de participação, as contribuições recebidas durante a consulta pública serão analisadas pela equipe técnica da Agepar para formulação de resolução para implantação da Tarifa Social, que deve acontecer no primeiro trimestre de 2025. Não se trata do reajuste anual do saneamento, que abrange todas as faixas de consumo e acontece em maio, junto com a conclusão da 3ª Revisão Tarifária Periódica (RTP) do serviço.

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