Fisioterapeuta de Maringá tem vídeo manipulado por IA e usado em anúncios falsos

Vídeos falsos da fisioterapeuta foram utilizados sem autorização por 67 perfis diferentes em plataformas online.

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    A fisioterapeuta Priscila Afonso, de Maringá, norte do Paraná, tornou-se vítima de uma ação criminosa envolvendo Inteligência Artificial (IA), que manipulou um vídeo seu e o transformou em um anúncio de produtos sem sua autorização. A situação foi descoberta por Priscila após pacientes a alertarem sobre o conteúdo falso.

    “Eu comecei a receber vários. [As pacientes diziam] ‘Pri, eu acho que alteraram o seu vídeo’. É só em tráfego pago, não fica no feed nem no facebook”, conta.

    No vídeo original, Priscila Afonso discutia os índices recomendados de vitamina C para as pessoas. Contudo, criminosos adulteraram as imagens e transformaram o material em uma propaganda de produtos voltados para o tratamento de doenças de pele.

    O advogado da fisioterapeuta, Diego Figueiredo, revelou que essa não foi a única vez que a imagem de Priscila foi usada indevidamente. Ao investigar a biblioteca de anúncios da plataforma onde o vídeo foi veiculado, ele identificou que 67 perfis diferentes estavam utilizando o vídeo sem autorização.

    “A gente agora está indo atrás tanto da empresa que está pagando os anúncios e até mesmo da rede social que está, de certa forma, divulgando de forma indevida e sem autorização, a imagem dela em um produto que a gente não sabe se é legalizado pela Anvisa, se vai fazer bem ou mal para o consumir que adquirir”, explica.

    O fenômeno utilizado pelos criminosos para modificar o vídeo de Priscila é conhecido como deepfake, uma técnica de IA que permite alterar rostos e vozes em vídeos, distorcendo a realidade. Esse tipo de prática tem se tornado cada vez mais comum e preocupante.

    Para ajudar vítimas de crimes como esse, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Maringá possui uma Comissão de Estudos em Inteligência Artificial, que oferece orientações essenciais. Entre as recomendações estão capturar telas e baixar o conteúdo falsificado como prova, além de denunciar o material para a plataforma. A vítima também deve registrar um boletim de ocorrência.

    O boletim de ocorrência tem duas funções principais: iniciar as investigações sobre o crime e prevenir a vítima de possíveis danos a terceiros causados por essa mídia.

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