‘Aprontam de tudo com o motorista’, diz advogado da TCCC sobre caso de abandono de ônibus em Maringá

O motorista foi reorientado pela psicóloga da empresa e será transferido para outra linha.

  • Foto: Reprodução

    Um caso de vandalismo de estudantes contra um ônibus da linha 415 Cidade Alta, em Maringá, levou o motorista a abandonar o veículo na tarde desta terça-feira, 20.

    Segundo o advogado da empresa Transporte Coletivo Cidade Canção (TCCC), Fabiano Moreira, o motorista estava há dois anos sofrendo com as atitudes dos alunos, que puxavam a cordinha várias vezes, faziam barulho, soltavam bombas, colocavam cheiro ruim e depredavam o ônibus. O motorista chegou ao seu limite psicológico e saiu do coletivo, pedindo que os estudantes se acalmassem. Ele voltou ao trabalho depois de 22 minutos e terminou a viagem.

    O advogado disse que esse tipo de problema é comum em outras linhas do transporte coletivo e que a empresa já comunicou o poder competente e o Ministério Público, que tentou conscientizar os alunos em uma reunião em dezembro. Porém, os problemas voltaram a acontecer após as férias.

    O motorista foi reorientado pela psicóloga da empresa e será transferido para outra linha. A TCCC lamentou o episódio e disse que o serviço foi paralisado pela algazarra dos estudantes.

    Leia o relato do advogado:

    “O motorista vem há dois anos trabalhando em uma linha que é bastante problemática, muitas reclamações dos usuários no sentido de que os estudantes que vão até o ponto final dessa linha puxam várias e várias vezes a cordinha para parar, eles fazem muito barulho, teve episódio em que soltaram bomba, colocaram aquele cheirinho horrível dentro do ônibus…aprontam de tudo com o motorista, e aí ele vem de uma situação que chegou em um limite psicológico. Por estar em uma situação de bastante pressão e tudo mais, ele saiu do coletivo, freou o coletivo, estacionou…isso aconteceu às 17h50. Ele se afastou do veículo, pediu que o pessoal se acalmasse, enquanto não houvesse uma tranquilidade, um clima para que ele pudesse seguir viagem ele não ia seguir. O serviço foi reaberto exatamente às 18h12. Ele voltou ao posto de trabalho e continuou a linha. A empresa convocou ele, ele vai agora à tarde ele estava passando pela psicóloga, foi reorientado…a gente não está atribuíndo a responsabilidade a ele, porque está passando por uma situação muito complexa mesmo…a gente entende perfeitamente a situação dele, ele vai ser remanejado para uma outra linha. Na verdade nenhum motorista quer fazer a 415 nem a 416, e a 324 também é problemática…são essas linhas em que os estudantes depredam veículos, tem veículo nosso 2024 que já está com estofamento totalmente depredado…arrancaram aqueles estofamentos da cadeira, picham o ônibus, quebram, arrebentam a cordinha…tem todo tipo de situação, e assim…o que a gente faz? comunica isso para o poder competente e para o Ministério Público que a gente precisa de ajuda. A gente está até convocando os órgãos para a gente poder ter ajuda. Em dezembro passado o Ministério Público até fez uma conversa, por intermédio da Polícia Militar chamou esses alunos para uma assembleia..chamaram esse pessoal, conversaram, conscientizaram, deram palestra…os alunos assinaram uma ata, se comprometeram a mudar de comportamento, ter uma atitude mais civilizada…e aconteceu o seguinte…teve o período de férias. As coisas se acalmaram por estar em férias. Agora que o ano letivo retornou os problemas voltaram a aparecer e infelizmente foi a situação que o motorista se deparou ontem…ele estava de fato no limite psicológico dele. Assim que a situação se acalmou ele entendeu que era seguro continuar, ele voltou ao trabalho, entregou o pessoal lá, voltou para o terminal”.

    Comentários estão fechados.