O ano vai chegando ao fim, mas a pandemia do coronavírus persiste com números cada vez mais alarmantes e relatos de exaustão dos profissionais que colocam as próprias vidas em risco para salvar outras vidas. “Plantão agitado. Não há mais onde colocar pacientes com Covid. Não há mais leitos”, relata o médico hematologista Francismar Prestes Leal sobre a rotina de trabalho.
O médico atua na linha de frente no combate ao coronavírus em um hospital particular de Maringá. Franscimar Leal, recuperado da Covid-19 recentemente, publicou um relato nas redes sociais sobre a rotina de trabalho. A exaustão, do que ele chama de “inferno pandêmico”, consome o profissional. Apesar disso, ele luta contra o cansaço para garantir atendimento e afago para os pacientes.
“Entro em um dos aquários (isolamento de vidro), e olho nos olhos da paciente, já muito cansada, impaciente. “Falta ar, doutor”, ela diz, entre um suspiro e outro. “Vai ficar tudo bem”, eu respondo, orando mentalmente para que Deus nos ajude. “Apenas respire”. Passo a mão em seus cabelos, como costumo fazer com quem eu amo, e repito: “Respire, vai ficar tudo bem”, conta o médico.
Nas orações, Franscismar Leal pede forças para travar a dura batalha no plantão, mas não reza apenas por ele. “Ilumine a mente das pessoas, para que entendam a gravidade disso tudo e se cuidem”, eleva aos céus uma prece pela consciência social. “Sinto-me tão pequeno, tão impotente, mesmo com todos os recursos à disposição. Somos tão frágeis”, afirma o médico.
No domingo (13/12) e na segunda-feira (14/12), o índice de ocupação dos leitos particulares de UTI de Maringá atingiu 100%. Segundo a Secretaria de Saúde, todos os 94 leitos usados por planos de saúde e para tratamentos privados foram ocupados na cidade. O boletim divulgado nesta terça-feira (15/12) pela Secretaria de Saúde confirmou 12 mortes e 403 novos casos de Covid-19 em Maringá.
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