Prefeitura de Maringá pede que governo altere data da prova do PSS para professores temporários

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A Prefeitura de Maringá pediu a suspensão, na cidade, da prova do Processo Seletivo Simplificado (PSS) para contratação de professores e funcionários temporários no Paraná, marcada para o domingo (13/12). O município pede que o governo estadual altere a data da avaliação devido ao aumento no número de casos do novo coronavírus na cidade. 

A prefeitura, por meio da assessoria de imprensa, explicou que o pedido foi feito pelo prefeito Ulisses Maia (PSD) diretamente ao governador Ratinho Junior (PSD). O município informou que a decisão é do governo e que aguarda resposta sobre o pedido. Procurada pelo Maringá Post, a Secretaria da Educação e do Esporte do Paraná (Seed-PR) informou que até o momento não há mudança e a data da prova está mantida. 

A preocupação da prefeitura é com a segurança dos candidatos e a disseminação da Covid-19. Na segunda-feira (30/11), Maringá registrou 410 novos casos da doença. A partir desta terça-feira (1/12) até 13 de dezembro medidas mais restritivas estão em vigor na cidade, como a lei seca e restrição no horário de funcionamento do comércio e shoppings.   

As provas do PSS serão aplicadas nas cidades-sede dos Núcleos Regionais de Educação (NRE). Segundo a Seed, 2,3 mil candidatos de 25 cidades devem fazer a prova no NRE de Maringá. Em todo o Estado, 47.008 profissionais se candidataram para a seleção.

Em Paranavaí, distante 72 km de Maringá, a Secretaria de Saúde também pediu à Seed, na segunda-feira (23/11), o cancelamento da prova na cidade.

A Seed, via assessoria de imprensa, informou que discute a realização da prova com a Secretaria do Estado da Saúde (Sesa) e os municípios-sede dos NREs, mas que a data está mantida. A secretaria disse que vai prestar esclarecimentos à Prefeitura de Maringá sobre as medidas de prevenção que serão aplicadas no dia da prova.

De acordo com a Seed, os locais serão higienizados previamente e terão álcool em gel à disposição. O uso de máscara será obrigatório e os candidatos vão passar por medição de temperatura na entrada dos locais de prova, onde haverá orientações para distanciamento social. As carteiras terão espaçamento mínimo de 1,5 metro. 

APP-Sindicato é contra a realização da prova

A avaliação, de caráter classificatório, é composta por questões da área em que o candidato pretende lecionar. O PSS tem outros critérios como o tempo de serviço e a titulação, que eram utilizados nos anos anteriores.

Inicialmente, o Governo do Estado tinha proposto uma redação e banca como critérios de avaliação, mas recuou após pressão dos servidores. 

A APP-Sindicato, que representa os servidores estaduais da educação, se posicionou contra a realização da prova. Alguns servidores chegaram a fazer greve de fome por oito dias em frente ao Palácio Iguaçu, sede do governo estadual, contra o edital do PSS.

A greve foi encerrada na quinta-feira (26/11) devido ao aumento no número de casos de Covid-19 em Curitiba. 

O processo de seleção do PSS, até o ano passado, não tinha prova de conhecimentos. Anteriormente, a seleção era feita considerando apenas o tempo de serviço e os títulos dos profissionais.

O sindicato afirma que a pandemia traz riscos à saúde dos candidatos e impossibilita que idosos ou profissionais com comorbidades façam parte do processo de seleção. 

Segundo o governo, parte dos profissionais selecionados no PSS vai substituir professores do grupo de risco da Covid-19 que não tenham possibilidade de atuar presencialmente. Apesar disso, candidatos do grupo de risco podem se inscrever no processo seletivo. O governo afirmou que “não será vedada a realização da prova para nenhum candidato”. 

De acordo com o governo, a classificação do profissional do grupo de risco está garantida e será mantida. O candidato será convocado para aulas quando acabar a situação emergencial da pandemia. O processo seletivo terá validade até 31 de dezembro de 2021, podendo ser prorrogado por mais um ano.

A APP-Sindicato cobra a realização de um concurso público após a pandemia. De acordo com o sindicato, o valor de R$ 3,4 milhões do contrato firmado entre a Secretaria de Estado da Educação (Seed) e o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção de Promoção de Eventos (Cebraspe) para aplicação da prova do PSS poderia ser usado para  realização do concurso.

A Seed informou que a previsão do governo era abrir edital para concurso público na área da educação neste ano, mas a pandemia inviabilizou a realização. A secretaria, por meio da assessoria de imprensa, afirmou que “a arrecadação do estado foi afetada e não seria possível aumentar despesas correntes com pessoal”. Apesar disso, a pasta afirma que deseja abrir mais vagas por concurso ainda nesta gestão. 

Servidores fizeram greve de fome por oito dias contra o edital do PSS / APP-Sindicato

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