Após 25 dias, grupo do Corpo de Bombeiros de Maringá retorna do combate ao incêndio no Pantanal

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Na manhã de sábado (10/10), o grupo de 30 bombeiros do Paraná, que ajudou no combate aos incêndios no Pantanal, retornou ao estado. Três deles são do Corpo de Bombeiros de Maringá.

A 1ª Tenente Luisiana Cavalca, subcomandante do 1º Subgrupamento do Corpo de Bombeiros de Maringá, comandou um grupo de 14 Bombeiros paranaenses, além de um Oficial e dois Praças sul-mato-grossenses. Eles também tiveram a ajuda de nove fuzileiros navais.

“Na parte profissional, não tem nem o que dizer. Aprendemos novas técnicas e utilizamos técnicas que a gente já conhecia, mas que a gente não pratica aqui no Paraná, pela falta de necessidade mesmo”, conta Luisiana.

A tenente afirma que a experiência pessoal também foi muito enriquecedora. “Trabalhar com a tropa, nesse ambiente diferenciado, além de conhecer novas realidades que a gente não tem contato, são formas de viver diferentes. São diferentes da gente, aqui no Paraná. Lá na Serra da Molar, eu tive a oportunidade de conhecer pessoas que vivem muito diferente da gente. Lá não tem energia elétrica. Então, eles têm uma forma diferente de viver e são muito felizes, vivem muito bem”, relata.

O grupo permaneceu 25 dias em combate. Devido a necessidade, os militares ficaram 10 dias a mais do que o previsto. Em vídeo, a tenente dos Bombeiros de Maringá mostrou um pouco das dificuldades no combate a incêndios no Pantanal.

“É triste ver o que a gente viu, essa devastação tão grande do incêndio, mas, por outro lado, vendo o lado bom da gente ter participado dessa missão, foi muito enriquecedor também. Mas é muito triste, o tamanho das queimadas e a quantidade de animais que podem ter morrido ali”, avalia Luisiana.

“Nesse caso em especial da Serra da Molar, a gente teve a informação de que alguém colocou fogo porque há interesse de fazer uma estrada entre uma área até a Serra da Molar. E por isso foi colocado fogo. Não sei se é verdadeiro, mas foi a informação que nos foi passada. Isso é muito triste, se isso for real.”

A tenente explica que os incêndios não estão controlados e, somente com chuvas vai ser possível conter os incêndios. Ela lembra que o período de chuvas na região no Pantanal se inicia no mês de novembro e a época de cheia vai de janeiro a junho. “Esse ano eles não tiveram chuva  e por isso começou essa situação tão complicada”, explica.

Nova equipe de bombeiros do Paraná é enviada ao Pantanal

Um ônibus do Corpo de Bombeiros saiu de Curitiba na quarta-feira (7/10) com 35 bombeiros militares com destino ao Mato Grosso do Sul, para substituir o grupo que estava atuando no combate ao fogo na região do Pantanal desde o dia 15 de setembro.

A saída dos bombeiros foi acompanhada pelo comandante da instituição, coronel Samuel Prestes. “O trabalho deles será em continuidade às ações. No Mato Grosso do Sul, serão destacados para atuar na região de Corumbá. Nossos homens já estiveram na cidade de Alcinópolis, próximo ao Parque Nacional das Emas, e debelaram o incêndio naquela localidade”, disse.

O ônibus passou por Ponta Grossa e Maringá, para buscar outros bombeiros que fazem parte da equipe.

Os profissionais atuam em conjunto com Exército e com o Corpo de Bombeiros do Mato Grosso do Sul. “O Paraná foi pioneiro nos estudos sobre incêndios florestais na década de 1960. Já prestamos apoio em outras situações e nossa tropa tem o treinamento para dar a resposta necessária”, disse o coronel Prestes.

A preocupação do Governo do Estado e do Corpo de Bombeiros com o fogo se alastrando por quilômetros de mata no estado vizinho motivou a formação de uma equipe de apoio, formado por bombeiros militares com treinamento para atuar em incêndio florestal. Também foi disponibilizado um suporte de equipamentos, com caminhões-pipa, caminhonetes e ferramentas para auxiliar o trabalho operacional.

Os bombeiros que participam da missão já estiveram em combate a incêndio florestal em outras regiões do País, e agora agregam mais experiência atuando numa vegetação diferente da encontrada no Paraná.

“Nossa preparação inclui os treinamentos rotineiros, além dos cursos de formação e especialização. Nossa expectativa é fazer o melhor trabalho possível, auxiliando na recuperação da vegetação”, disse o capitão Marco Antônio, oficial mais antigo da equipe.

O cabo Julio Cesar Simões, do Grupo de Operações de Socorro Tático (GOST), destacado para a missão no Pantanal, disse que a experiência pode agregar mais conhecimento e aperfeiçoamento das técnicas.

“Vamos enfrentar vários focos de incêndio em diversas regiões, mas esperamos que possamos ajudar a parar com a devastação que assola o Mato Grosso do Sul”, diz.


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