Maringá vai deixar de arrecadar em 2020 mais de R$ 30 milhões em eventos devido à pandemia da Covid-19. É o que mostra levantamento do Maringá e Região Convention & Visitors Bureau. Os dados consideram a não realização de grandes eventos da cidade e dados como estimativa de público, média de público de outras cidades, quantidade de dias e gasto médio diário por pessoa nesses eventos.
O levantamento considera a não realização de eventos como a Calouro Folia, PARAJAPs, Parada LGBT, Interclubes Paranaense de Classes, X Encontro Técnico Avícola, Encontro Nacional de Museus, Festival Nipo-brasileiro, vestibulares e o Processo de Avaliação Seriada da Universidade Estadual de Maringá (UEM).
O número não considera a Expoingá, maior evento realizado na cidade e que movimentou R$ 600 milhões nas últimas edições, segundo estimativa da Sociedade Rural de Maringá (SRM). Os dados também não mensuram o impacto econômico de eventos de pequeno porte como casamentos, formaturas, aniversários e outros.
De acordo com levantamento do Maringá e Região Convention & Visitors Bureau, apenas os eventos e vestibulares da UEM representam mais de 80% do impacto estimado em R$ 30 milhões. Tradicionalmente, os vestibulares da UEM lotam a rede hoteleira de Maringá. Os processos seletivos, previstos para ocorrer em 2020, serão realizados apenas em 2021.
Segundo o Convention Bureau, mais de 150 eventos foram adiados desde o início da pandemia na cidade. Nessa estimativa, integram eventos de pequeno porte, médio e grande porte.
Em Maringá, o setor de eventos está paralisado desde o início da pandemia, há quase 6 meses. De acordo com o Convention Bureau, o cenário causa um efeito dominó em outros setores como a hotelaria. A taxa de ocupação média dos hotéis antes da pandemia era entre 60% e 80% e agora caiu para 20%.
“O turismo é uma indústria sem chaminé que impacta direta e indiretamente em diversos setores da economia. Além de gerar emprego e renda, eventos impulsionam o mercado econômico com arrecadação de impostos. Esses números mostram a importância dos eventos para a cidade e o potencial turístico de Maringá que se concretiza no segmento de eventos e negócios”, disse a presidente do Maringá e Região Convention & Visitors Bureau, Maria Iraclézia de Araújo.
Empresários realizam manifestação nesta quinta-feira
Empresários do setor de eventos cobram da prefeitura a flexibilização e pressionam pela retomada gradual das atividades. Nesta quinta-feira (10/9), representantes do setor foram à Câmara de Maringá e pediram ajuda dos vereadores nas negociações com o município. Nesta quinta, empresários realizam manifestação na Praça da Catedral, a partir das 18h.
A mobilização, chamada “Clamor a Isonomia”, pede a publicação imediata do decreto que permite a realização de eventos com até 100 pessoas. Em 26 de agosto, após reunião com o segmento, o município informou que planejava permitir eventos com até 100 pessoas a partir de 28 de setembro. A liberação depende do quadro de risco do coronavírus no período.
“Estamos em luto por todo esse tempo parado. O setor vem sendo tratado com descaso e ignorado pelos governos municipal, estadual e federal. O motivo principal da manifestação é para demonstrar esse luto do setor e a luta pelo decreto imediato. Não concordamos com o decreto em mais de 30 dias, queríamos retorno imediato ao trabalho”, disse o empresário do setor de eventos e um dos organizadores da manifestação, Marcos Vinicius dos Santos.
Segundo o empresário, o setor pede que o município autorize a realização de eventos com até 40% da capacidade de ocupação dos salões. Ele explicou que alguns espaços de eventos da cidade podem receber até 200 pessoas sentadas e mantendo o distanciamento social.
Segundo o município, apesar da flexibilização no número de pessoas, não serão permitidos eventos com perfil de aglomeração e contato físico como com danças, apresentações de teatro e esportivos.
Quando forem liberados, os eventos vão precisar seguir normas de distanciamento, higienização das mãos, uso de máscara, 50% da capacidade do local, limite de 100 pessoas (de 50 para festas infantis), restrição de crianças com menos de 12 anos, duração de 4 horas e encerramento até 22h, entre outras especificações conforme cada tipo de evento.
Em nota, a Prefeitura de Maringá, por meio da assessoria de imprensa, informou que estuda medidas para flexibilizar as atividades de diversos setores e mantém diálogo com o setor de eventos, Câmara Municipal e outras entidades, realizando reuniões com a presença de representantes de diversos segmentos.
“A Prefeitura de Maringá continua monitorando a situação da pandemia no município, realizando estudos para garantir tanto a segurança do cidadão, quanto para atender os interesses do setor produtivo”, disse o município no comunicado.
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