Quatro pessoas morrem em acidentes de trânsito dentro da cidade em menos de uma semana em Maringá

Os motociclistas são os que mais morrem no trânsito da cidade, com registro de oito óbitos apenas em 2019

  • Em menos de uma semana, entre sábado (17/8) e sexta-feira (23/8), quatro pessoas morreram em acidentes de trânsito dentro da cidade em Maringá. Três eram motociclistas e a quarta vítima uma pedestre que morreu atropelada na manhã desta sexta-feira na Avenida Rio Branco. Em seis dias, o 5º Grupamento do Corpo de Bombeiros atendeu 59 ocorrências de acidentes de trânsito na cidade, quase 10 por dia. 

    A enfermeira Cristiane Luzia Terezio da Fonseca Dias, de 37 anos, morreu após ser atropelada na esquina da Avenida Rio Branco com a Rua Santa Joaquina de Vedruna nesta sexta-feira. Ela estava no canteiro e se preparava para atravessar na faixa de pedestres quando foi atingida por um carro. A enfermeira foi levada para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos.

    A técnica de enfermagem Adriana Rosimeire Ferreira, de 39, também morreu nesta sexta-feira. Ela pilotava uma biz quando foi atingida por um caminhão que cruzou a preferencial na Avenida São Domingos na tarde de quinta-feira (22/8).

    No domingo (18/8), o motoboy Alisson William Felizardo Rosa, de 25 anos, morreu após sofrer acidente na Avenida Juscelino Kubitschek de Oliveira. Essa foi a segunda morte no fim de semana, outro motociclista, Valdemir Sanches, também morreu em acidente na Avenida das Torres, no Parque Hortência. 

    “O que está acontecendo com o trânsito em Maringá?”. Esse é o principal comentário nas notícias sobre acidentes divulgadas nas redes sociais. Os dados podem causar comoção, mas para o gerente de Educação para o Trânsito da Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob), Rafael Martins, é preciso uma mudança de atitude em todos que estão envolvidos no trânsito.

    “Pensar mais sobre abuso de velocidade, respeitar a sinalização e não atender celular enquanto dirige. Esse conjunto de ações vai fazer com que tenhamos um trânsito mais seguro. Enquanto a população não comprar essa ideia, vamos continuar, infelizmente, a termos vidas ceifadas pelo trânsito”. 

    Ele explica que a grande frota de veículos na cidade contribui para o número maior de ocorrências. No entanto, o fator humano, responsável pela imprudência e a desobediência as leis de trânsito e a sinalização, é o principal causador dos acidentes. 

    “Essa mudança [de comportamento] só é possível a partir do momento em que a população entender que quando se está no trânsito a responsabilidade é muito grande. Isso vale para todos, pedestres, motociclistas e motoristas de automóveis. As pessoas se esquecem dos riscos que é se propor a estar no trânsito”, afirma Martins.

    Nesta semana, a Prefeitura de Maringá começou a divulgar a campanha de conscientização no trânsito. Rafael Martins diz que apesar das palestras e ações, o máximo que a Semob consegue é despertar a sensibilidade nas pessoas. “A consciência é de dentro para fora, a pessoa tem que querer mudar de atitude para que isso possa ocorrer. Tem que entender que sua atitude pode gerar acidentes com vítimas fatais”.  

    Motoboy morto no trânsito em 2018 dará nome a rua em Maringá  

    O motoboy Alisson Trajano, mais conhecido como motoboy 17, morreu em um acidente na Avenida São Paulo no ano passado enquanto trabalhava. A partir deste sábado (24/8), o motociclista dará nome a uma rua na região do Cidade Alta. Colegas de Alisson Trajano organizam uma carreta até o local. A concentração será às 14h na Catedral de Maringá.

    “É uma forma de representar a classe trabalhadora e toda a categoria no Brasil. Sempre que se passar por aquele local, terá a lembrança de que nem sempre a gente [ o motociclista] é o errado e que mesmo estando certo é o motociclista que paga com a vida”, diz Bruno Santana que é motoboy há 14 anos em Maringá.

    Os motociclistas são os que mais morrem no trânsito da cidade, com registro de oito óbitos apenas em 2019. Dados do Programa Vida no Trânsito (PVT) apresentados neste ano mostraram que a velocidade, avanço de preferencial e imprudência de pedestres são fatores comuns em mortes no trânsito de Maringá em 2018.

    “Aquele que critica o nosso trabalho por excesso de velocidade é o mesmo que efetua a compra da mercadoria e já está ligando na empresa pressionando e pedindo para agilizar e entrega”, afirma Bruno Santana.

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