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Velocidade, avanço da preferencial e imprudência de pedestres são fatores comuns em mortes no trânsito de Maringá em 2018

Dados são do Programa Vida no Trânsito (PVT) e foram apresentados na tarde desta terça-feira (19/2).

  • Velocidade, imprudência do pedestre e o desrespeito à preferencial em cruzamentos foram os três principais fatores que causaram 43 mortes no trânsito de Maringá no ano passado. Os dados são do Programa Vida no Trânsito (PVT) e foram apresentados na tarde desta terça-feira (19/2) no Colégio Paraná.

    Os dados também mostram que os motociclistas são os que mais morrem em acidentes na cidade, com o registro de 23 óbitos no ano passado. Também morreram nove pedestres, oito ciclistas e quatro condutores de automóvel.

    Por enquanto, o programa só reúne dados de acidentes em trechos municipais e não abrange rodovias federais e estaduais, ou seja, o número de ocorrências é maior.

    O que chama atenção é que, de acordo com o levantamento, todos os ciclistas que morreram estavam sem capacete e todos os condutores de automóveis também estavam sem cinto de segurança. Itens de proteção que podem salvar vidas.

    Outro dado preocupante é o aumento no número de mortes de ciclistas. De acordo com informações disponíveis no site da Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob), o número de ciclistas mortos em Maringá saltou de um óbito em 2017 para oito óbitos no ano passado.

    Para a professora do curso de Enfermagem da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e membro da Comissão de Análise de Dados do PVT, Débora Regina de Oliveira Moura, a falta de equipamentos de segurança pode ser um dos motivos que explica o aumento no número de mortes de ciclistas. “Todas as vítimas estavam sem nenhum equipamento de segurança e foi o que contribuiu muito”, afirmou.

    Dados foram apresentados nesta terça-feira no Colégio Paraná / Murillo Saldanha

    Vítimas poderiam ter evitado os acidentes

    As informações apresentadas pelo Programa Vida no Trânsito são elaboradas com dados disponibilizados pela Polícia Militar. Após esse levantamento, a equipe do programa se baseia uma planilha do Ministério da Saúde, que coordena o PVT no Brasil, para pontuar cada fator que ocasionou os acidentes.

    Em alguns casos, o levantamento apontou que a própria vítima poderia ter evitado os acidentes. São situações em que a pessoa contribui para a ocorrência e recebe o nome de usuário contribuitivo.

    Entre os motociclistas, por exemplo, os próprios condutores provocaram fatores como velocidade ou estavam sem habilitação ou transitavam em local proibido e acabaram ocasionando o acidente que levou a morte.

    Porém, também existem situações em que a maioria das atitudes do condutor do automóvel foi responsável por provocar o acidente com o motociclista. São casos de  avanço de sinal, da preferencial ou de conversões irregulares.

    Os acidentes envolvendo condutores de automóveis também são provocados pelos próprios motoristas que agem de forma inadequada em condutas como velocidade, avanço de sinal e conversão irregular.

    Na maioria dos acidentes com pedestres, a atitude imprudente da vítima também gerou a ocorrência. No entanto, há casos em que a conduta foi gerada por motoristas de automóveis com velocidade e mudança de faixa ou pista sem sinalização prévia.

    Com os ciclistas a situação é diferente. Na maioria dos acidentes que envolve bicicletas, quem cometeu condutas como velocidade e dirigir alcoolizado e que provocaram as ocorrências foi o condutor de automóvel. Quando o fator analisado é o avanço de faixa sem sinalização prévia, a conduta inadequada é dos motociclistas.

    Homem é maioria em mortes no trânsito de Maringá

    No ano passado, a Polícia Militar realizou 6.467 registros de ocorrências no trânsito. Desse total, 43, cerca de 0,66%, foram de mortos. Apesar de Maringá ter uma frota de 324 mil veículos, a estimativa é que cerca de 500 mil veículos circulem por dia nas ruas e avenidas, já que várias pessoas da região metropolitana também vêm para a cidade.

    A maioria dos acidentes registrados no ano passado em Maringá envolvem homens, são 33 vítimas do sexo masculino e 10 do sexo feminino. No caso dos ciclistas, por exemplo, todos eram homens. Confira os detalhes de cada ocorrência:

    Motociclistas:

    • Dos 23 mortos, 17 eram homens e 5 mulheres
    • A maioria dos acidentes, ao todo 10, ocorreu entre 12h e 17h59
    • O maior número de mortos, 9, tinha entre 20 e 29 anos de idade

    Pedestre 

    • Entre os 9 pedestres mortos, 5 eram homens e 4 mulheres
    • A maioria dos pedestres mortos se envolveram em acidentes entre 18h e 23h59
    • Entre eles, três tinham 70 anos ou mais

    Automóvel 

    • Entre os 4 condutores de automóvel mortos, três eram homens e apenas uma mulher
    • A maioria dos acidentes ocorreu entre 18h e 23h59
    • Os quatro mortos tinham idades entre 20 e 69 anos

    Ciclistas 

    • Os oito ciclistas mortos em Maringá no ano passado eram homens
    • A maioria dos acidentes ocorreu entre às 12h e 17h59
    • As vítimas tinham entre 10 e 70 anos de idade.

    Solução é mudar o comportamento

    Para o coordenador do Programa Vida no Trânsito, Rafael Martins, a análise profunda desses dados permite verificar as causas que provocaram a maioria dos acidentes. Segundo ele, isso contribuiu para que sejam desenvolvidas ações mais eficazes para reduzir o número de vítimas no trânsito em Maringá.

    “Hoje, o trabalho da educação é árduo. Não conseguimos conscientizar as pessoas, porque a consciência vem de dentro para fora. A pessoa precisa querer mudar seu comportamento. O máximo que a gente consegue é sensibilizar, para que a população mude sua conduta”, disse.

    O Programa Vida no Trânsito foi implementando em Maringá em julho de 2017 e reúne membros de diversas secretarias municipais, da Universidade Estadual de Maringá (UEM),  do Núcleo de Educação, da Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Rodoviária Estadual, do Corpo de Bombeiros e entre outros órgãos.

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