ONG Dignidade Animal desmente informação de que vai fechar. Prefeitura ainda não conseguiu novo local para o abrigo

Mensagem compartilhada informava que ONG estava com dificuldades, não teria mais condições de tratar dos animais e seria fechada.

  • A ONG Dignidade Animal desmentiu o boato divulgado em grupos de WhatsApp de que organizava uma feira de adoção para que o abrigo pudesse ser fechado. As mensagens informavam que a ONG estava com dificuldades, que não teria mais condições de tratar dos animais e, por isso, as atividades seriam encerradas.

    “Nós não vamos fechar o abrigo. Estamos com muitas dificuldades e precisamos sair daqui porque o dono quer que a gente saia, mas ainda não temos nenhum outro local”, afirmou uma das voluntárias da ONG, Mari Cunha.

    No Facebook, a ONG Dignidade Animal publicou uma nota de esclarecimento e informou que “apesar da urgência em doar animais, absolutamente nenhum cão será doado sem a prévia entrevista e assinatura do termo de adoção”. Atualmente cerca de 70 animais são atendidos no local.

    De acordo com a voluntária, o abrigo participa das feiras de adoção da Associação Maringaense de Ajuda aos Animais Resgatados (Amaar). Ela explicou que a ONG estudou a possibilidade de realizar uma feira no local do abrigo, como informava a mensagem divulgada. No entanto, faltam voluntários e a ONG teme que outros cachorros possam ser abandonados no local.

    As dificuldades enfrentadas pela ONG, como a falta de estrutura e a infestação de ratos, pombos e escorpiões na região, foram divulgadas quando a prefeitura decidiu transferir a festa de Carnaval para a Avenida Reitor Rodolfo Purpur, na Zona 10, próximo ao abrigo. Após protestos e uma recomendação da Promotoria do Meio Ambiente para que a festa não fosse realizada no local, o prefeito Ulisses Maia (PDT) decidiu cancelar o Carnaval.

    Antes do cancelamento, o município chegou a viabilizar alguns locais para que a ONG pudesse desenvolver as atividades, mas não houve acordo. Um desses lugares era o Centro de Bem-estar Animal, antigo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). Porém, a ONG afirmou que o local não tinha estrutura necessária para abrigar os animais.

    De acordo com a voluntária, Mari Cunha, as discussões com a prefeitura não avançaram após o Carnaval. “A gente não sabe para onde correr, onde pedir socorro, porque está cada vez mais triste a nossa situação”.

    O vereador Flávio Mantovani (PPS), ligado a causa animal, é quem faz a intermediação entre a prefeitura e o abrigo. Ele informou que o município vai disponibilizar um estande na 24ª Festa da Canção, que vai ocorrer entre os dias 5 e 14 de abril, para que o abrigo possa organizar uma feira de adoção.

    A ideia é reduzir o número de cães atendidos pelo abrigo para que a prefeitura encontre um local adequado para os animais que não forem adotados. “Nós temos que ajudar os abrigos de maneira emergencial, mas quanto menos animais estiverem em abrigos, melhor. Eu não sou contra os abrigos, eles fazem um trabalho fantástico, mas nossa meta é evitar que tenha cachorro na rua”, disse Mantovani.

    Até o fechamento dessa reportagem, a Diretoria de Bem-estar Animal da Secretaria de Meio Ambiente (Seman) não havia respondido os questionamentos do Maringá Post. O espaço fica aberto para as manifestações.

     

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