O atual vice-reitor Júlio Damasceno vence o segundo turno na UEM e é eleito o novo reitor da Universidade Estadual de Maringá. Revertendo o resultado do primeiro turno, a Chapa 3, da situação, superou a oposição por 5.008 a 4.060 votos obtidos pelo diretor do Centro de Ciências Sociais da Saúde, Roberto Cuman, da Chapa 2.
A contagem dos votos, no sistema paritário, foi feita nesta quarta-feira (5/9). A “Chapa 3 – Avançar e Inovar” é formada por Damasceno, professor do Departamento de Zootecnia, e Ricardo Dias Silva, chefe do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, o novo vice-reitor. A apuração começou às 9h e terminou às 12h, no auditório do Dacese.
O professor Júlio Damaceno conseguiu 3.450 votos entre os estudantes, 791 entre os professores e 767 entre os agentes universitários. Já o professor Roberto Cuman conquistou 2.410 votos entre os discentes, 543 entre os docentes e 1.107 entre os técnicos. Brancos e nulos somaram 115 votos.
O número de votantes, 10.657, foi maior do que no primeiro turno, quando cerca de 9,2 mil compareceram às urnas. Neste turno, estavam aptos a votar 28.712 eleitores, sendo 24.688 alunos, 2.407 agentes universitários e 1.617 docentes. Votaram 7.379 estudantes, 1.921 técnicos universitários e 1.357 professores.
Considerando que no primeiro turno existiam duas chapas de oposição e uma de situação, e que a “Chapa 1 – Movimento UEM em Frente”, encabeçada por Ana Lúcia Rodrigues, passou a apoiar a Chapa 2, o resultado final reverteu a lógica e surpreendeu, graças a intensificação da campanha nos últimos dias, que elevou o número de votantes.
Cuman havia passado para o segundo turno com mais votos do que Damasceno. No primeiro turno, realizado no dia 21 de setembro, a “Chapa 2 – UEM de Todos”, fez 4.284 votos e a “Chapa 3 – Avançar e Inovar” obteve 3.744. Neste segundo turno, os estudantes fizeram a diferença, votando maciçamente na Chapa 3.
Após a proclamação do resultado, o reitor eleito disse que “foi uma vitória difícil, apertada e bonita de ver”. Agradeceu aos concorrentes, que “valorizaram o processo eleitoral”, e afirmou que vai analisar as propostas apresentadas pelas outras chapas e “incorporar as boas ideias”. Disse que estava “muito feliz” e renovou os compromissos assumidos.
O Conselho Universitário se reunirá no dia 10 de setembro para homologar os nomes de Damasceno e Silva, que deverão ser nomeados pela governadora do Paraná, Cida Borghetti. A posse dos novos reitor e vice-reitor da UEM será no dia 10 de outubro, para um mandato de quatro anos, sem possibilidade de reeleição.
Damseceno ocupou a chefia do Departamento de Zootecnia da UEM e coordenou a Fazenda Experimental da UEM (1996-1997). Ingressou na carreira docente na UEM em 1993 e atualmente é Professor Associado C do Departamento de Zootecnia, membro do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Agrárias.
O que afirmou durante a campana eleitoral
Durante a campanha, destacou que “a UEM é uma universidade ‘multicampi’, além de Maringá estamos em outros 6 municípios. Isto implica em maior demanda de investimento por parte do governo do Estado, pois além da infraestrutura, esta condição implica maior demanda de servidores técnicos e docentes, ampliação de unidades de gestão para dar conta da maior complexidade dessa configuração e permitir maior autonomia aos campi”.
Lembrou que a atual gestão “promoveu um progresso nas relações da UEM com as lideranças regionais, fato demonstrado em diversos momentos em que defendemos a UEM contra os ataques à sua autonomia, quando a gestão atual reuniu-se diversas vezes com lideranças politicas, empresariais, sindicais, religiosas e comunitárias, resultando em importante apoio”.
Segundo ele, hoje a UEM conta com um déficit de, aproximadamente, 800 servidores técnicos e docentes que se aposentaram, faleceram ou se exoneraram, “sem contar com a necessidade de expansão do quadro para atender os diversos cursos criados na última década”.
Acrescentou que “este cenário compromete profundamente a qualidade dos cursos de graduação e de pós graduação da UEM, não permitindo o avanço dos cursos mais recentes e fragilizando os mais antigos. Quanto aos cursos de pós graduação, essa situação impede que novos programas sejam criados e colocam em risco as pós consolidadas”.
Afirmou que “há casos em que mais de 80% do quadro de professores de determinado programa de pós graduação da UEM se aposentará entre 3 a 5 anos. A qualidade dos serviços à comunidade também é muito prejudicada com essa situação”. Damasceno também lembrou que “embora a atual gestão tenha avançado consideravelmente para a continuidade das obras da UEM, ainda há muita a se fazer.
“Este trabalho precisa ser continuado em algumas obras ainda não inspecionadas. Quanto às obras já avaliadas e prontas para seguirem para os procedimentos licitatórios, realizaremos as ações políticas necessárias para viabilizar os recursos financeiros para a conclusão, que foram interrompidos na última gestão do governo do Estado”, acrescentou o reitor eleito.
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