Maringá registra a primeira morte por H1N1 no ano. Unidades Básicas de Saúde da cidade ainda têm vacina contra a gripe

  • Maringá registrou a primeira morte por gripe neste ano. No boletim divulgado pela secretária estadual de Saúde, foram seis casos de H1N1 registrados na cidade desde o início do ano. Considerando todos os tipos de influenza, a cidade teve 11 casos.

    A vítima de H1N1 em Maringá é uma mulher, de 61 anos, moradora da região Norte. Ela deu entrada na Unidade de Pronta Atendimento Zona Sul no dia 31 de maio com sinais de gripe, onde foi medicada e deixou a unidade.

    No dia 5 de junho, já com sintomas mais graves, a mulher voltou à unidade. Internada, ela foi diagnosticada com o vírus e morreu no dia 7 de junho. Apesar de integrar o grupo prioritário para receber a vacina contra a gripe, a senhora não havia sido imunizada.

    No Paraná foram 99 casos específicos de H1N1 e 16 mortes. Considerando todos os tipos de influenza, o Estado registrou 268 casos e 34 mortes.

    Entre todos os casos registrados no Paraná, 30 foram de gestantes. O grupo é um dos públicos alvos da vacinação e em Maringá a cobertura vacinal deve ficar abaixo de 90%. De acordo com o último relatório, o índice de cobertura vacinal em gestantes foi de 66,3%. 

    Em toda a 15º Regional de Saúde foram confirmados 17 casos de influenza, considerando todos os tipos da doença, e cinco mortes. Segundo o boletim, entre as mortes do Estado, 82,4% apresentaram pelo menos um fator de risco para complicação.

    Apesar da previsão de que as doses da vacina contra a gripe acabariam ainda na terça-feira (26/6), até a manhã desta quinta-feira (28/6) quatro Unidades Básicas de Saúde tinham juntas 410 doses.

    Para a coordenadora de Vacinação, Edlene Goes, os casos de mortes podem aumentar a procura por vacina nesses últimos dias. Porém, ela avalia a procura na última hora não traz tantos resultados.

    “Na verdade já deveriam ter se vacinado bem antes. Tem público alvo que a gente não chegou a 90%. Quando fala a palavra morte as pessoas começam a prestar atenção no que está acontecendo, mas agora é muito tarde”, diz Edlene.

    Vacinação contra a dengue acaba na sexta

    Das 21 mil jovens de 15 a 27 anos que devem tomar a vacina, cerca de 7,2 mil já tinham se imunizado, de acordo com a coordenadora de Vacinação. O número representa 34% do público inicial previsto.

    A vacinação contra a dengue encerra nesta sexta-feira (29/6) e segundo Edlene Goes, a expectativa de imunizar pelo menos 50% do público previsto dificilmente será alcançada.

    “O público é muito resistente e, na avaliação dos dados epidemiológicos, é o que mais tem risco. Infelizmente não dão essa importância e não entendem que sendo vacinados também protegem que não tomou a vacina”, explica.

    Segundo a coordenadora de Vacinação, as doses restantes devem ser devolvidas para a  secretaria estadual de Saúde. Ela diz que, por enquanto, não existe previsão de colocar a vacina contra a dengue na rotina de vacinação ou de disponibilizar as doses para a população em geral.

    “Essa é uma estratégia do Estado do Paraná, porque a compra é feita pelo Estado, não vem do Ministério da Saúde.”

    Com os baixos números de cobertura vacinal e a dificuldade de conscientizar a população sobre a importância da vacinação, Edlene reforça para que as pessoas deem mais atenção a carteirinha de vacinação.

    “As pessoas tem que considerar as vacinas como prevenção de doenças e darem mais atenção a carteirinha de vacinação. A gente está vendo doenças voltarem para o país como é o caso do Sarampo”, diz.

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