Está em andamento uma licitação para a instalação de 238 novos abrigos em pontos de ônibus de Maringá, no valor máximo de R$ 9.335.214,44. O preço de cada nova unidade varia entre R$ 34 mil e R$ 74 mil – cerca de 12 vezes mais do que o preço médio dos modelos atuais, de R$ 6 mil.
O projeto foi desenvolvido pela secretaria de Mobilidade Urbana (Semob) e, além de mudanças estruturais, inclui a instalação de telas de LED e carregadores de celular. A licitação, contudo, envolve apenas a parte estrutural. Todos os equipamentos eletrônicos deverão ser incluídos em outra licitação.
De acordo com o que foi divulgado pela prefeitura, os abrigos serão nas cores cinza e amarelo em referência à bandeira de Maringá. Terão display LED com informações em tempo real sobre as linhas, carregadores de celular, bicicletários e fechados nas laterais e fundo com vidros laminados.
Secretário de Mobilidade Urbana, Gilberto Purpur, explicou que a separação de licitação é por questões técnicas. “Quem faz o produto estrutural é um tipo de empresa e os equipamentos eletrônicos são outro. Na mesma licitação não haveriam concorrentes para os dois serviços”, declarou.
“Ainda estamos no processo de estudo da viabilidade econômica para instalação dos equipamentos como a tela de LED e placas solares. Estamos buscando novas tecnologias”, complementou Purpur.
Segundo o secretário, “todo o projeto foi desenvolvido pelo pessoal da Semob e não houve a participação de nenhuma empresa para não interferir. Não teve uma inspiração direta e sim uma demanda da população”.
Materiais elevam os preços em até 12 vezes mais
Os modelos licitados em 2015 e que foram instalados em 2017 na Praça Raposo Tavares são de fibra de vidro e custam, em média, R$ 6 mil reais. O novo abrigos custarão, em média, R$ 40 mil cada um.
“O tipo de material é muito mais caro. Os novos abrigos são de aço e terão lâminas de vidro. É uma demanda por qualidade que temos que atender e isso tem seu preço”, justificou o secretário da Semob.
A necessidade das lâminas de vidro no fundo dos novos abrigos é pela lei 10.399/2017, do vereador William Gentil (PTB), que determine que a parte de trás dos abrigos sejam com material transparente para não impedir a visualização das fachadas comerciais.
Problemas de falta de segurança são preocupantes
Além disso, o fundo transparente é também uma medida de segurança. “Dependendo do horário e do número de pessoas, o fundo opaco não permite perceber a aproximação de alguém. A placa de vidro torna os arredores mais visíveis”, declarou Purpur.
Sobre a instalação de equipamentos eletrônicos como as telas de LED e os carregadores de celular, o secretário disse que ainda está sendo estudado como será feito. “É uma preocupação, pois já são equipamentos caros e precisamos ter medidas que impeçam roubos e atos de vandalismo.”
Questionado sobre o risco de carregadores de celular sujeitar o passageiro a furtos, ele acredita que dependa do próprio usuário. “Hoje em dia todo mundo espera usando o celular, navegando. Então ter o carregador não muda a exposição de quem está com o celular na mão. Se tem receio de alguma coisa, tem que andar com o celular no bolso”, disse.
Os problemas de segurança nos pontos de ônibus do centro de Maringá é de interesse coletivo e, recentemente, a prefeitura participou de uma reunião com o Ministério Público para tratar do tema.
Novos modelos serão instalados no centro da cidade
Os abrigos licitados serão instalados nas áreas centrais de Maringá e de maior fluxo de pessoas. Para isso, é necessário que a largura das calçadas sejam adequadas e que permitam a circulação de pedestres, segundo a parte técnica do projeto.
“Os abrigos que forem substituídos serão reinstalados nos bairros, em pontos de maior fluxo. Para coberturas mais simples nos bairros será feita nova licitação em breve e, até o fim da gestão estar todos os pontos estarão com abrigo”, garantiu o secretário da Semob.
Serão três modelos: simples (área de 9,83 m²), duplo (área de 29,75 m²) e estendido (área de 35,74 m²). Inicialmente, serão instalados nos corredores das avenidas Morangueira e Kakogawa.
Elaboração do Plano de Mobilidade Urbana será licitada
Gilberto Purpur declarou que “em breve, será aberta uma nova licitação para contratação de uma empresa para estudo e avaliação do Plano de Mobilidade Urbana de Maringá”.
O objetivo é determinar as demandas dos usuários do transporte coletivo e realizar estudos sobre as linhas de transporte da cidade.
“Medidas sobre o tema serão discutidas após finalizar o processo de avaliação. Qualquer mudança de corredores não acontecerá sem aval técnico. Estamos tomando outras medidas para melhorar o serviço”, disse o secretário.
Nos últimos meses, com o aumento da tarifa de ônibus de R$ 3,40 para R$ 3,60, houve conflito em relação às mudanças no serviço que não justificariam o aumento, como o wi-fi e os modelos de ônibus BRT.
Comentários estão fechados.