Respeito ao corpo
Por: Designer|Arquiteto Prof. SIDNEI MADEIRA
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Como entender a relação dos produtos e o nosso corpo?
Podemos dividir esse assunto em diversas partes, mas vamos apenas pensar nas formas e nas funções do corpo humano em atividade, ou seja, nosso corpo tem uma forma que atende as funções necessárias para seu cotidiano de vida. Deixando os aspectos emocionais e sentimentais que também interferem em atitudes, definições e comportamentos, observemos apenas os aspectos físicos e formais do ser humano.
A Antropometria
Ela é responsável em entender e analisar as diferenças tridimensionais entre as várias dimensões e formas de todas as diferentes tipologias de “raças”, do ser humano. Existem diferenças nas dimensões entre o corpo de um asiático e um europeu ou um africano e um ocidental, entre os que são até mesmo das várias regiões do Brasil e assim por diante.
Diferenças entre as proporções corporais de indivíduos de diferentes etnias.
Não apenas nas dimensões essas diferenças se apresentam. A forma do corpo também apresenta diferenças e precisam ser entendidas, analisadas e respeitadas.
Elas são conhecidas assim:
Obviamente, existem também as diferenças naturais de dimensões e proporções entre corpos masculinos e corpos femininos.
É um estudo à parte, mas já existem dados de levantamentos bidimensionais de crianças em idades diferentes, voltados a atender aos projetistas dos produtos para cada fase.
Para que isso tudo serve?
Bem, para que nossa vida seja facilitada pelos produtos com os quais nos relacionamos em nosso cotidiano, em qualquer atividade, o designer de produtos usa a antropometria, com a preocupação de atender ergonomicamente as exigências dos vários produtos que desenvolve.
Nessa relação com as “coisas” que usamos é que aparecem as dificuldades e as necessidade de atenuá-las em busca da qualidade de vida, que deve ser contínua e não resumida em apenas obter conforto, vai além disso, a função, a segurança no uso, até mesmo a estética entre outras, são também alvos dessa busca.
É o Design, o bom projetar de todas as “coisas” que nos cercam, que precisamos.
Como simples usuários temos que aprender a relação entre nós e esses produtos, e assim, definir melhor aquilo que realmente atende ao momento. Temos que ser “consumidores” informados, instruídos e cada vez mais exigentes.
Um exemplo simples e claro
Já viu alguém comprar roupas pela internet e reclamar porque “não ficou legal” ?
É claro, comprar roupa fabricada para outro tipo antropométrico e ajustar a numeração apenas, não basta. As calças para os chineses, por exemplo, têm pernas mais longas e finas e logicamente isso deveria ser considerado na hora de escolher a compra do produto.
Até nossa fisiologia interferindo em tomadas de decisão para que os produtos atendam melhor a cada caso, não somos todos iguais, certo?
Já se pegou sendo chamado à atenção por não baixar a tampa do vaso sanitário, após o uso?
Pois é, coisas do dia-a-dia que nos ensinam.
Nem todos são “destros” !
As empresas mais antenadas e que investem em design, tentam atender cada vez mais, um grupo maior de pessoas. Isso aumenta a oferta de variantes de um mesmo produto. Esse esforço não é fácil e vale a pena conferir seus resultados. Pesquise e divirta-se!
Então! Tentamos esclarecer a importância da antropometria, para que busquemos por bons produtos, bons ambientes, e para que entendamos os detalhes de cada peça, de cada móvel, de cada utensílio e do próprio espaço criado. Assim escolheremos melhor os produtos adquiridos, também usaremos melhor e teremos resultados mais satisfatórios.
Alcançar o simples, muitas vezes é complexo!
Referências:
. Ergonomia. Projeto e Produção. Itiro Iida, Lia Buarque de Macedo Guimarães. 2106 – 3ª ed.
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