Mitos e funções da atividade da Arquitetura

Quando se fala em arquitetura o quê você imagina? Se a sua resposta foi prédios, casas, jardins, design e decoração de interiores; você está parcialmente certo! Sim, pois, o campo de atuação do profissional de arquitetura é extremamente vasto e vai desde os projetos relacionados às edificações em si como arquitetura de edificações, interiores e paisagismo, como também o de projeto urbano, restauro do patrimônio histórico, fotografia e até mesmo cinema! E para abrir a primeira coluna “Arquitetura Post” vamos apresentar as diversas atividades do profissional de arquitetura e esclarecer alguns mitos que ainda fazem parte desta profissão.  

O filme “A Origem” (2010) de Christopher Nolan é o um ótimo exemplo de como o cinema usou a arquitetura para interferir na trama do personagem principal, Leonardo de Caprio, no próprio filme uma arquiteta é contratada para desvendar e dar vida ao labirinto enigmático da mente do personagem.

Inicialmente queremos desmistificar algumas ideias, especialmente quando falamos a respeito da competência do arquiteto. Suas aptidões não estão limitadas ao resolver uma planta-baixa que não funcionou ou a estética de uma fachada. O papel do arquiteto é mais abrangente e começa bem antes, já na formação das ideias iniciais, na concepção do projeto arquitetônico em si, fundamental para trazer soluções construtivas para a economia e viabilidade da obra. A contratação deste profissional, não é supérfluo, sua necessidade é real e fundamentada pela legislação que exige um profissional habilitado para a execução dos projetos e acompanhamento na obra. Um investimento que poupa despesas desnecessárias e que traz retorno financeiro, situação comprovada em imóveis comerciais ou na hora da revenda.

Projeto do arquiteto Lúcio Costa para Brasília_ Plano Piloto foi o projeto 22 do Concurso Nacional do Plano Piloto da Nova Capital do Brasil, tendo vencido o mesmo e sido executado, se tornando o Plano Piloto de Brasília.

Catedral Metropolitana – Brasília – Distrito Federal- Projeto arquitetônico do arquiteto Oscar Niemeyer| Crédito: Shutterstock.com

Quanto às atividades do arquiteto e urbanista, existem algumas funções que são exclusivas e foram definidas pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) como “atribuições privativas dos arquitetos e urbanistas: o projeto arquitetônico, de urbanismo e de arquitetura da paisagem conforme estabelecido na Lei nº 12.378/2010”. Esta mesma lei define a profissão em uma categoria uniprofissional, de formação generalista: “capazes de entender e traduzir as necessidades de indivíduos, grupos sociais e comunidade, com relação à concepção, à organização e à construção do espaço interior e exterior, abrangendo o urbanismo, a edificação, o paisagismo, bem como a conservação e a valorização do patrimônio construído, a proteção do equilíbrio do ambiente natural e a utilização racional dos recursos disponíveis”

Pinacoteca de São Paulo _ projetado pelo escritório do engenheiro Ramos de Azevedo entre 1896 e 1900, foi a primeira pinacoteca do estado, teve um projeto de revitalização do prédio assinado pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha (1928-2021).

Traduzindo tudo isso, significa dizer que o arquiteto pode trabalhar em campos de atuação relacionados diretamente aos projetos arquitetônicos de edificações e monumentos, como também ao projeto para conservação e patrimônio histórico, projetos urbanísticos, plano diretor das cidades, elaboração de projeto paisagismo, parcelamento do solo para fins de loteamento, conforto ambiental com projetos de acessibilidade e ergonomia da edificação. Além de atividades correlatas, em virtude de sua formação acadêmica multidisciplinar que traz embasamento para campos distintos como a fotografia, cenografia, design gráfico, design industrial, publicidade, programação visual, etc.

Para a coleção Objets Nomades, da Louis Vuitton, os Irmãos Campana criaram o Sofá Bomboca. Foto: James Harris/Design Miami_ Fernando Campana, arquiteto ajudou a dar o tom para a dupla partir para a criação do design da irreverência que assinam as suas obras premiadas e de reconhecimento internacional.

Além de um generalista, como bem definiu o CAU, o arquiteto é um transformador, não apenas pelo resultado final da sua obra, seja ela em âmbito artístico ou em estruturas construtivas, mas especialmente por ser um indivíduo capaz de influenciar comportamentos ao lançar tendências ao dialogar com a arte e com a sociedade. A arquitetura, portanto, é o resultado deste diálogo que reflete o período de sua época, como um fator cultural que traduz os pensamentos e aspirações de uma sociedade, que se manifesta não apenas por suas necessidades funcionais, mas também por suas características estéticas que simbolicamente manifesta quem nos tornamos.

Arq. Adriana Lima
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