Alegando que o governo do Estado não fez qualquer sinalização positiva no sentido de pagar a promoção dos policiais penais, atrasada há três anos, a categoria está disposta a intensificar protestos para pressionar o governo.
Em reunião realizada nesta quarta-feira, 19, entre o Sindarspen, técnicos do Comitê de Política Salarial (CPS) e o secretário de Segurança Pública do Paraná, coronel Rômulo Marinho, a mensagem foi de que, embora tenha recursos, o governo não pretende aumentar as despesas com o funcionalismo, mesmo que isso seja um direito desses trabalhadores.
“Não foi apresentada nenhuma proposta clara para a categoria, apenas ideias rasas, como, por exemplo, a compensação da promoção com a transposição da tabela salarial após a implantação de plano de carreira. Mas eles não garantiram que haverá equiparação do valor devido, nem disseram quanto será pago aos servidores”, afirmou o presidente do Sindarspen, Ricardo Miranda.
Sem a regulamentação de uma carreira próprio no Paraná, os policiais penais integram o Quadro Próprio do Poder Executivo (QPPE), cuja promoção só acontece a cada dez anos. Cerca de 30% da categoria atingiu o tempo em 2018 (mais de 900 pessoas), porém, até o momento, o governo não implantou o direito. A perda é de aproximadamente R$ 900 nos salários mensalmente.
Trabalhadores essenciais para a segurança pública e que não pararam nenhum dia durante a pandemia, os policiais penais são os responsáveis pela custódia e segurança de penitenciárias, casas de custódia e cadeias públicas em todo o Paraná, além da escolta de presos e monitoramento de tornozeleiras eletrônicas. Atualmente, a carreira conta com 2.763 servidores na ativa e um déficit de 6.400 trabalhadores.
Protestos devem se intensificar
A resposta do Governo caiu como uma bomba entre as aproximadamente 400 pessoas que aguardavam o término da reunião do lado de fora do Palácio do Iguaçu. Servidores de várias cidades do interior viajaram para Curitiba para engrossar o grande ato que os policiais penais realizaram ontem contra o descaso do Governo. Desde às 8 horas da manhã, eles se concentraram em frente à SESP e depois saíram em caminhada até a sede do Executivo.
Diante da falta da garantia de pagamento, os trabalhadores decidiram que a luta será intensificada a partir de agora. “Estivemos abertos ao diálogo, apresentamos propostas, colaboramos de todas as formas possíveis, mas o Governo só nos desrespeita. O enfrentamento vai ter que ser maior a partir de agora”, defende o vice-presidente do Sindarspen, José Roberto Neves. Durante o ato, vários servidores fizeram uso da palavra e todos concordaram de que o caminho há de ser mobilizações mais intensas.
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