O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) está fechando o cerco em cima da Google, depois que um juiz federal do país oficialmente declarou a empresa como sendo um monopólio nos mercados de publicidade e de motores de busca. Na época eu havia dito que tinha pouca fé na habilidade dos EUA de “fazer qualquer coisa contra os interesses de uma megacorporação”.
Entre outras ordens, a empresa foi ordenada a compartilhar dados do algoritmo de pesquisa com rivais, a limitar contratos que tinha com plataformas como o Firefox e a empresas de hardware como a Apple, também veio a ordem de que eles cortassem relações ou com o navegador Chrome, ou com o sistema operacional Android, tornando-os empresas independentes.
Durante o julgamento, o juiz Amit Mehta especulou que se a Google perdesse o contrato que tem com a Apple, já iria “perder até 65 por cento de seu rendimento”.
Além disso o DOJ sugeriu “medidas remediais” que deveriam impedir a empresa de cercar a concorrência no “mercado crescente das buscas online” – Em outras palavras, a justiça americana já está tentando impedir que a Google conquiste o monopólio no novo cenário da internet alimentado por IAs.
Claro, a Google já está mostrando sinais de resistência. No blog, a vice-presidente de assuntos regulatórios da empresa, Lee-Anne Mulholland, acusou o DOJ de “abuso de poder”, dizendo que as medidas eram “radicais” e “iam muito além das questões jurídicas do caso”.
O DOJ mostrou a intenção de medidas ainda mais abrangentes, mas o caso não deve ser fechado tão cedo – A Google tem toda intenção de apelar. Em Agosto, um porta-voz da Mozilla disse que esse julgamento pode se arrastar por anos antes de quaisquer medidas serem efetivadas.
Nesse meio tempo, a Google continua investindo no crescimento de seu império. Sem se intimidar pelos trâmites da justiça americana ou pelos regulamentos da União Européia.
Eu novamente repito meu ceticismo de que qualquer um desses órgãos seja capaz de fazer algo contra uma megacorporação do tamanho da Google… Mas se acontecer, saibam que eu serei dos primeiros a comemorar.
Escrito por Vitor Germano para o Maringá Post
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