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O Governo Federal lançou nesta sexta-feira (30) o programa “Agora Tem Especialistas” para ampliar e acelerar o atendimento de pacientes no Sistema Único de Saúde (SUS). A iniciativa foi apresentada com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
O programa permite a utilização da estrutura de saúde pública e privada em todo o país para aumentar a oferta de consultas, exames e tratamentos. O objetivo é reduzir o tempo de espera por atendimento, um problema que se agravou durante a pandemia.
Como parte da ação, seis cidades brasileiras receberam aceleradores lineares — equipamentos de alta tecnologia para o tratamento de câncer que reduzem o tempo necessário para o procedimento.
O programa prevê o credenciamento de clínicas, hospitais filantrópicos e privados para atender pacientes do SUS em seis áreas prioritárias: oncologia, ginecologia, cardiologia, ortopedia, oftalmologia e otorrinolaringologia.
Além disso, hospitais privados e filantrópicos poderão oferecer consultas, exames e cirurgias como contrapartida para o pagamento de dívidas com a União. Planos de saúde também poderão ressarcir o SUS por atendimentos realizados.
Para ampliar a capacidade da rede, o programa aposta na realização de mutirões e na ampliação dos turnos de atendimento em unidades públicas. A expectativa é aumentar em até 30% o volume de atendimentos em policlínicas, UPAs, ambulatórios e salas cirúrgicas.
Segundo dados do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde, cerca de 370 mil mortes por ano no país são causadas por doenças não transmissíveis relacionadas a atrasos no diagnóstico. O Instituto Nacional do Câncer destaca que a falta de atendimento adequado aumenta os custos do tratamento em até 37%.
O “Agora Tem Especialistas” também prevê a consolidação do cuidado oncológico no SUS, com a aquisição de 121 aceleradores lineares até 2026, ampliando e modernizando os aparelhos disponíveis.
Para integrar os serviços, será criado o Super Centro Brasil para Diagnóstico de Câncer, que oferecerá teleconsultorias, telelaudos e telepatologia. O A.C. Camargo Câncer Center e o Instituto Nacional do Câncer participarão da rede, com capacidade inicial para emissão de 1.000 laudos por dia.
O Ministério da Saúde também planeja levar atendimento especializado a regiões desassistidas por meio de 150 carretas equipadas para consultas, exames e pequenas cirurgias. Mutirões em áreas remotas e atendimento móvel para caminhoneiros também fazem parte do programa.
Para garantir o acesso, até 6.300 veículos serão disponibilizados para transporte de pacientes, especialmente para tratamentos oncológicos. O serviço deve beneficiar cerca de 1,2 milhão de pessoas por mês.
A telessaúde será ampliada para facilitar consultas e diagnósticos, com potencial para reduzir filas em até 30%. Editais serão abertos para incentivar iniciativas públicas e privadas em teleconsulta e telediagnóstico.
A formação de profissionais especializados também será ampliada, com a previsão de 3.500 novas vagas, incluindo 500 para o programa Mais Médicos Especialistas.
Por fim, o aplicativo Meu SUS Digital receberá novas funcionalidades para enviar alertas e notificações sobre agendamentos, consultas, exames e tratamentos via mensagens e notificações push, além de WhatsApp e SMS.