De janeiro a novembro deste ano, pouco mais de 21 milhões de passagens foram vendidas cidade, número semelhante ao de 2022, quando a tarifa era R$ 2 mais cara. Para 2024, município planeja diminuir o valor do subsídio.
Por Victor Ramalho
Mesmo com o subsídio de R$ 2 na tarifa, o crescimento do fluxo de passageiros no transporte coletivo de Maringá foi tímido em 2023. Dados disponibilizados pela Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob) apontam que o crescimento registrado no ano foi de apenas 3%.
De janeiro a novembro deste ano, pouco mais de 21,8 milhões de passagens foram vendidas em Maringá, conforme a Semob. O número diz respeito a quantidade de vezes que as catracas foram rodadas dentro dos coletivos, com os dados de dezembro sendo compilados apenas em janeiro de 2024. No mesmo período do ano passado, foram 21,2 milhões de pessoas usando o transporte coletivo na cidade.
Apesar do crescimento de 644.034 passagens em 11 meses, o indicador ainda fica abaixo do considerado ideal pelo município, que busca retomar os patamares pré-pandemia. Até novembro de 2019, último dado atualizado pelo poder público, o fluxo médio de contribuintes no transporte público na cidade era de mais de 100 mil usuários por dia.
Em 2022, a média ficou em torno de 64 mil usuários/dia, com a passagem ao usuário final custando R$ 6,80. Em janeiro de 2023, o município anunciou o subsídio de R$ 2 da tarifa por passageiro, com o preço caindo a R$ 4,80. Com os números atuais, o fluxo diário de passageiros passa de 64 mil para 66 mil usuários. Confira o fluxo mensal de passageiros no transporte coletivo de Maringá em 2022 e 2023:
| Mês | Fluxo/2023 | Fluxo/2022 |
| Janeiro | 1.644.534 | 1.362.725 |
| Fevereiro | 1.765.048 | 1.664.979 |
| Março | 2.303.153 | 2.081.742 |
| Abril | 1.880.952 | 1.861.568 |
| Maio | 2.129.748 | 2.030.391 |
| Junho | 2.018.944 | 2.024.578 |
| Julho | 1.876.779 | 1.912.002 |
| Agosto | 2.179.873 | 2.191.295 |
| Setembro | 2.000.079 | 2.071.261 |
| Outubro | 2.063.573 | 2.034.364 |
| Novembro | 1.995.123 | 1.978.867 |
| TOTAL | 21.857.806 | 21.213.772 |
Fonte: Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob)
Conforme é possível observar nos números, durante quatro meses consecutivos deste ano (junho, julho, agosto e setembro), Maringá registrou uma quantidade menor de passageiros do que no mesmo período do ano passado. Em setembro, foram 71 mil usuários a menos usando o sistema de transporte público.
Neste ano, o mês com o maior crescimento registrado de passageiros no comparativo com 2022 foi janeiro, quando o subsídio foi anunciado. No primeiro mês do ano, 281.809 usuários a mais passaram a usufruir do sistema de transporte coletivo.
“O fluxo de passageiros também orienta o custo”
Em julho, logo após o valor da ‘tarifa técnica’ reduzir R$ 0,25, o secretário de Mobilidade Urbana de Maringá, Gilberto Purpur, conversou com o Maringá Post. Na ocasião, ele mencionou que o município observava a relação entre o subsídio e a quantidade de usuários no sistema, chegando a relatar a perda de 40 mil usuários que ainda não haviam ‘retornado’ ao transporte público após a pandemia.
“O fluxo de passageiros também orienta o custo. Antes da pandemia, eram 140 mil pessoas usando o sistema diariamente. Na fase mais severa da pandemia, foram apenas 40 mil usuários por dia. Hoje estabilizamos em 100 mil, que é um número positivo, mas ainda perdemos 40 mil pessoas que não voltaram a andar de ônibus”, afirmou na época.
Maringá planeja reduzir o valor do subsídio do transporte coletivo para 2024
Ao longo de 2023, Maringá disponibilizou aproximadamente R$ 40 milhões para subsidiar a tarifa do transporte coletivo. Antes disso, o valor investido em 2022 para a mesma finalidade foi de R$ 35 milhões. Para 2024, no entanto, a tendência é que o valor diminua.
No texto da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024, a Prefeitura de Maringá prevê R$ 30 milhões para o subsídio da tarifa. O orçamento já foi aprovado pela Câmara de Maringá no fim de novembro.
Ao Maringá Post, a Prefeitura de Maringá justificou a redução no subsídio por meio de nota. Segundo o município, “devido à pandemia da covid-19, o número de passageiros no transporte coletivo diminuiu consideravelmente, causando desequilíbrio no sistema. Para recompor as perdas, as cidades se utilizaram de subsídios. Agora, o sistema tem reagido gradualmente – de maneira ainda tímida, porém positiva – e os subsídios podem ser diminuídos na mesma proporção do aumento no número de passageiros e da estabilidade nos preços dos insumos, como óleo diesel e pneus”. O município não informou se a queda no subsídio também tem relação com o número de usuários registrados em 2023.
Foto: Arquivo/PMM
Comentários estão fechados.