Revisão do Plano Diretor e investimentos em Infraestrutura: os desafios da construção civil em Maringá para os próximos anos

Em entrevista ao Maringá Post, o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) no noroeste do Paraná, Rogério Yabiku, elencou as demandas que o setor considera essenciais para serem discutidas em um futuro próximo.

  • Em entrevista ao Maringá Post, o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) no noroeste do Paraná, Rogério Yabiku, elencou as demandas que o setor considera essenciais para serem discutidas em um futuro próximo.

    Por Victor Ramalho

    Entre os setores estratégicos que ajudam a fortalecer a economia de Maringá, a construção civil é um dos que, atualmente, apresentam os melhores indicadores. De acordo com dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Noroeste do Paraná (Sinduscon-NOPR), atualmente existem 104 edificações em construção na cidade, dos mais variados segmentos.

    Muito além da construção de um prédio, o ramo ajuda a movimentar, diretamente, diversos outros setores da economia, é o que garante o presidente do Sinduscon-NOPR, Rogério Yabiku.

    “Quando nós olhamos para as construções sendo levantadas, vemos que elas são de tipos e segmentos variados, isso mostra que existem investidores dispostos a investir na cidade, além da própria procura pela troca de imóveis. Consequentemente, temos sempre esse ‘giro’, com novos lançamentos sempre sendo feitos. Nós temos um estudo que mostra que uma obra, quando está em andamento, movimenta direta ou indiretamente outros 97 setores da economia, como setor de móveis, decoradores, jardinagem, isso movimenta toda uma cadeia econômica”, disse.

    Yabiku é o terceiro entrevistado da Série de Entrevistas “O futuro de Maringá”. Ao Maringá Post, o empresário falou sobre quais serão as demandas do setor para os próximos anos e como o poder público pode ajudar no desenvolvimento da construção civil na Cidade Canção.

    De acordo com ele, existem três itens que o Sindicato considera como fundamentais para que o segmento continue em crescimento. Um deles já está em fase de execução, que é a revisão do atual plano diretor.

    “Um desafio para 2024 que nós entendemos e que já está em andamento é a revisão do plano diretor, que é um instrumento importante de ordenamento territorial e que ajuda a desenvolver bastante o nosso setor da construção civil, além de trazer ao município o desenvolvimento econômico e qualidade de vida para a população”, afirmou Yabiku.

    Outro ponto apontado pelo presidente do Sinduscon é o Licenciamento Ambiental. Quando Maringá instituiu o Instituto Ambiental de Maringá (IAM), um dos objetivos do órgão era ter autorização do Instituto Água e Terra (IAT) para poder emitir o licenciamento pleno, sem que os setores interessados tivessem que levar a demanda para a capital Curitiba. Esta fase do processo, na avaliação do dirigente, ainda é uma etapa ‘burocrática’ e que precisa ser agilizada.

    “Outro ponto é a busca pelo licenciamento ambiental. O processo em nosso município ainda é muito burocrático e nós esperamos que com a nova regulamentação que o município conseguiu, que é o licenciamento ambiental pleno, que nós consigamos uma modernização e simplificação nesses processos, resultando assim em ações efetivas de preservação do meio ambiente”, pontuou.

    Por fim, Rogério Yabiku fala sobre a necessidade do poder público planejar maiores investimentos em infraestrutura e ter um cuidado especial com o manejo das árvores. Segundo ele, esses elementos são essenciais para a melhoria do meio urbano.

    “Um terceiro ponto é o investimento em infraestrutura urbana. Em Maringá, temos visto alguns cenários que demandam atenção, como o entorno do Parque do Ingá, onde enxergamos um problema de drenagem de águas pluviais, mas essa deficiência da drenagem se dá por conta de nossas galerias, que são antigas e precisam ser revistas. Uma atenção especial para essa parte seria muito importante e que o município deveria melhorar para 2024. Outro ponto que a cidade deveria olhar com mais carinho é a questão da arborização. Somos reconhecidos nacionalmente como uma cidade arborizada, mas temos esses problemas de quedas de árvore quando chove e entendemos que é necessário um plano para isso. O plano já até existe, pelo que vemos, mas é preciso partir para a ação e fazer esse manejo, até porque o município já tem mais de 70 anos, tem árvores muito antigas e que precisam ser substituídas”, lembrou.

    A boa relação da sociedade civil com o poder público

    Yabiku destacou que o Sinduscon, assim como toda a sociedade civil em Maringá, cultiva uma relação bastante respeitosa com o poder público, exemplificando com a participação do órgão nas discussões do Plano Diretor. Na visão do presidente do Sindicato, seria desejável que um futuro chefe do Executivo mantivesse esse perfil, de dar espaço para a atuação das entidades de classe.

    “O Sinduscon tem sempre uma boa comunicação com o setor público, tendo em vista, por exemplo, que nós participamos ativamente da revisão do plano diretor, em articulação com a Prefeitura, com as secretarias responsáveis, então temos um acesso bem positivo com o poder público. Participamos como sociedade civil organizada de diversos outros projetos importantes, como a discussão para o rebaixamento da linha férrea, o trevo do Catuaí, a duplicação da saída para Iguaraçu, entre outros. Hoje, temos um acesso muito bacana ao setor público e isso é importante, que tenhamos um futuro prefeito que permita a continuidade dessa relação entre poder público e sociedade civil organizada. É difícil traçar um perfil, mas acredito que se o gestor eleito vir para permitir que a cadeia produtiva possa trabalhar com tranquilidade, já teremos um ganho muito positivo”, finaliza.

    Foto: Ivan Amorim/Divulgação/Sinduscon-NOPR

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