Quase R$ 600 milhões devem entrar na economia de Maringá com o pagamento do 13º salário

O valor leva em consideração o pagamento da segunda parcela do benefício, que será depositada em dezembro, para trabalhadores do setor formal. Pouco mais de 174 mil pessoas trabalham com carteira assinada na Cidade Canção.

  • O valor leva em consideração o pagamento da segunda parcela do benefício, que será depositada em dezembro, para trabalhadores do setor formal. Pouco mais de 174 mil pessoas trabalham com carteira assinada na Cidade Canção.

    Por Victor Ramalho

    Aproximadamente R$ 600 milhões devem ser injetados na economia de Maringá no mês de dezembro, por conta do pagamento da segunda parcela do 13º salário. A projeção é da economista Juliana Franco, feita a partir de dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) analisados pela profissional. Ela foi entrevistada pelo Maringá Post nesta sexta-feira (24).

    Conforme a especialista, o valor é relativo ao pagamento do benefício para trabalhadores do setor formal, ou seja, aqueles que trabalham com registro em carteira, além de beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Ao todo, o valor aproximado que será injetado em Maringá é de R$ 580 milhões.

    “Nossa metodologia é a mesma utilizada pelo Dieese. Para fazer a projeção, nós compilamos da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e também do Caged. Pelas projeções apresentadas pelo próprio Dieese, no Paraná serão cerca de R$ 9,8 bilhões injetados [com o 13º salário]. Aqui em Maringá, temos uma estimativa de algo em torno de R$ 580 milhões”, disse a economista.

    De acordo com Juliana, o levantamento não considera o pagamento do 13º salário que pode ocorrer em outros setores, com o trabalho informal ou nas microempresas.

    “Nós trabalhamos sempre com dados concretos. O Caged e o Rais são bases sólidas, mas só consideram os trabalhadores com registro em carteira. No setor informal, sabemos que o pagamento do 13º salário não é uma regra, uma vez que a obrigatoriedade acaba recaindo apenas na CLT. Podemos lembrar também que, em Maringá temos mais de 40 mil microempreendedores individuais. Nesses setores, os colaboradores até podem receber o 13º, mas não temos como ter acesso a esses números”, explica.

    Dinheiro pode ser revertido nos setores de Comércio e Serviços

    A economista também cruzou dados do Caged para fazer uma estimativa de trabalhadores com carteira assinada em Maringá, número que, atualmente, ultrapassa os 174 mil profissionais. De acordo com ela, costumeiramente o dinheiro do 13º salário abastece dois setores da economia local: Comércio e Serviços.

    Ela reforça ainda que muitos têm o hábito de aproveitar esse “dinheiro extra” para botar as contas de janeiro em ordem.

    “Podemos apontar dois setores como os mais beneficiados. O Comércio, porque os trabalhadores usam o dinheiro para fazer as compras de Natal, e também o de Serviços. Na parte de Serviços, podemos exemplificar com os consumidores que tem o perfil mais conservador, então usam esse dinheiro para organizar aquelas contas de início de ano, como IPTU, IPVA, mensalidade da escola dos filhos, entre outros itens”, destacou Juliana.

    Conforme o Dieese, em nível de Brasil, serão R$ 291 bilhões movimentados em dezembro apenas com o 13º salário. O escritório regional do Departamento estima que, no Paraná, cerca de R$ 9,8 bilhões devem ser girados na economia estadual com o montante. Ainda de acordo com a entidade, em todo o Brasil serão 87 milhões de trabalhadores beneficiados com o pagamento.

    Foto: Ilustrativa/Agência Brasil

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