Ainda sem funcionar, Hospital da Criança custou R$ 6,4 milhões para Maringá em 2023

Valor é relativo a compras de equipamentos e insumos médicos, além da instalação da rede lógica da unidade. Nessa segunda-feira (6), o prefeito Ulisses Maia (PSD) garantiu que o Hospital estará funcionando no 1º semestre de 2024.

  • Valor é relativo a compras de equipamentos e insumos médicos, além da instalação da rede lógica da unidade. Nessa segunda-feira (6), o prefeito Ulisses Maia (PSD) garantiu que o Hospital estará funcionando no 1º semestre de 2024.

    Por Victor Ramalho

    Ainda sem funcionar, o Hospital da Criança de Maringá já custou R$ 6,4 milhões aos cofres do município em 2023. O valor diz respeito a licitações que envolveram a unidade apenas neste ano, levantadas pelo Maringá Post através do Portal da Transparência. Para o levantamento, a reportagem considerou apenas os editais que tiveram resultado homologado, ou seja, que os contratos se concretizaram.

    O edital de maior valor relativo ao Hospital da Criança em 2023 foi o de instalação da rede lógica da unidade, publicado em abril e com vencedor anunciado em maio. Uma empresa de Maringá venceu o contrato para a construção e “instalação da infraestrutura tecnológica” do Hospital, conforme diz o memorial descritivo, por R$ 5,1 milhões. O serviço inclui a instalação de cabeamento para a rede de computadores e também a implantação de redes wi-fi. O prazo de conclusão da obra era de 120 dias, a contar da assinatura da Ordem de Serviço.

    Outros três editais foram relativos a compra de equipamentos médicos e insumos hospitalares que, somados, custaram pouco mais de R$ 240 mil e, por fim, uma quinta licitação, de quase R$ 1 milhão, previu a aquisição de equipamentos de ar-condicionado para todo o Hospital.

    Em 2022, quando a construção da estrutura física do Hospital da Criança foi finalizada, o município gastou mais R$ 489 mil em dois contratos com empresas de Segurança para realizar a vigilância do prédio, além de R$ 1 milhão para a contratação de uma empresa para idealizar o projeto de operacionalização da unidade.

    Ulisses Maia garante Hospital operando no 1º semestre de 2024

    Em maio, a Prefeitura de Maringá havia garantido que o complexo hospitalar estaria operando ainda em 2023. Nessa segunda-feira (6), no entanto, o prefeito Ulisses Maia (PSD) deu um novo prazo: 1º semestre de 2024. A informação foi dada pelo chefe do Executivo em entrevista aos jornalistas Marcelo Bulgarelli e Téle Menechino, do portal Portfólio, especializado em Jornalismo de Negócios.

    Na conversa com os profissionais, Ulisses Maia citou toda a questão burocrática que envolve a abertura de um hospital, mas citou que acredita que a obra foi concluída em “tempo recorde” e chamou o projeto de “cereja do bolo”. “[vai ser a cereja do bolo] porque em maio, ou melhor, no primeiro semestre do ano que vem, vai começar a operar em Maringá o maior Hospital da Criança do Brasil”, afirmou.

    “O primeiro problema que teve o Hospital da Criança foi que a Organização Mundial da Família, instituição que fez o processo da obra, quando foi lançar o hospital falou que ia fazer em um ano. Então ficou muito marcado, um ano, um ano, um ano… Isso foi em 2018. O ano que vem é 2024. Então você pensa bem: vamos dizer que vai dar, do dia que começou a fazer o convênio até a obra estar funcionando, vai dar seis anos. Seis anos. Pra você colocar em funcionamento um Hospital da Criança, especializado, pronto, equipado, com 24 mil metros quadrados de obra pública, vencendo toda a burocracia que existe por trás disso, vencendo as parcerias com o governo do Estado e da União… Cada um com uma burocracia que as pessoas não fazem ideia. Então, na minha avaliação, ele foi absolutamente dentro do tempo normal de uma obra pública. Aliás, pela grandeza, dá até pra dizer que é tempo recorde”,  explicou o prefeito.

    O chefe do Executivo confirmou o valor de operação do Hospital da Criança no início das atividades: R$ 4,5 milhões mensais, conforme adiantou o Maringá Post em fevereiro. A operação, que ocorrerá em um modelo tripartite entre Prefeitura, Governo do Paraná e Governo Federal, já tem recursos garantidos do município e do Estado, restando as negociações com o Ministério da Saúde.

    Apesar disso, a operação do Hospital não consta no texto da Lei Orçamentária Anual (LOA), enviada pelo Executivo à Câmara em outubro. A justificativa do município é de que assim que a parte da União for garantida, o Executivo enviará uma nova “mensagem de lei à Câmara para concessão da unidade”. O projeto para concessão começou a ser discutido no legislativo na semana anterior, em regime de urgência.

    Foto: Ilustrativa/Arquivo/Agência Estadual de Notícias

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