“Nosso grande partido é Maringá”, afirma Evandro de Freitas Oliveira, pré-candidato ao Executivo

Presidente municipal do PSDB, o empresário participou da Série de Entrevistas do Maringá Post e comentou o fato do partido estar na mesma coalizão do PT, um antigo desafeto em nível nacional. Pré-candidato defendeu que o próximo prefeito tenha uma atenção especial com a área da Saúde.

  • Presidente municipal do PSDB, o empresário participou da Série de Entrevistas do Maringá Post e comentou o fato do partido estar na mesma coalizão do PT, um antigo desafeto em nível nacional. Pré-candidato defendeu que o próximo prefeito tenha uma atenção especial com a área da Saúde.

    Por Victor Ramalho

    A coalizão “Juntos por Maringá”, que reúne atualmente sete partidos políticos na busca por encontrar um candidato único, que seja apoiado pelas demais legendas, para disputar a Prefeitura de Maringá em 2024, rendeu comentários desde que foi oficializada nas últimas semanas.

    É que além de PDT, PCdoB, PSOL, PV, Rede e Solidariedade, o grupo abriga ainda outros dois partidos que representaram visões antagônicas de mundo no Brasil dos últimos 20 anos: O Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).

    A aliança, inclusive, virou pauta em uma entrevista recente do presidente do PSDB no Paraná, Beto Richa, que tratou de botar panos quentes no assunto. Segundo ele, em conversa com a Jovem Pan Maringá no dia 6 de outubro, o partido coloca “os interesses do Brasil” acima de questões ideológicas.

    A mesma posição é defendida pelo empresário do setor educacional Evandro de Freitas Oliveira, presidente do PSDB em Maringá e pré-candidato ao Executivo. Nesta quinta-feira (26), ele conversou com o Maringá Post para participar da Série de Entrevistas com os pré-candidatos à Prefeitura de Maringá.

    De acordo com o pré-candidato, a união das legendas é uma forma de “ganhar musculatura” na disputa pelo Executivo. Ele reforça que é muito difícil uma candidatura independente fazer frente com outros grupos que já estão consolidados no cenário local.

    “Entendemos que para ter uma candidatura em Maringá é preciso musculatura, e para isso você precisa ter uma união de esforços. A cidade tem grupos políticos que já estão aí há muito tempo e que já têm consolidado o nome deles e a estrutura deles, que já trabalharam, as pessoas que já trabalharam e que querem voltar. Então, para isso, nós temos que construir uma forma nova de chegar com musculatura, porque senão você não chega, um candidato sozinho não chega. Então, nós começamos esse diálogo pensando no futuro da nossa cidade”, disse.

    Evandro também diz que, no cenário atual, questões ideológicas não são postas na mesa. O grupo, como um todo, tem um objetivo em comum: pensar no bem de Maringá.

    “Esquecendo o partido, o nosso grande partido é Maringá, a nossa cidade. Acho que as ideias de todos estão sendo colocadas no papel, fazendo um plano de governo com grupos, com partidos de todas as áreas e nós podemos ter um grande projeto para Maringá. Eu vejo que é um caminho”, resumiu.

    Ainda na entrevista, o pré-candidato falou como se dará a escolha do candidato da coalizão, fez sua avaliação da atual administração municipal e apontou quais eixos acredita que demandariam uma maior atenção do próximo gestor. Confira a entrevista completa abaixo:

    • Neste momento, como está a questão política? O senhor pertence a coalizão Juntos por Maringá, que anuncia que vai apoiar um pré-candidato daquele grupo, que tem pelo menos quatro nomes. Como esse nome será escolhido?

    Evandro de Freitas: “Na realidade, a gente vem conversando desde o começo do ano com vários partidos. Nós fomos procurados e começamos a reunir esses partidos, cada um com a sua ideologia. Então nós temos partidos de direita, de esquerda e de centro como somos nós do PSDB. E além disso, outros candidatos já estiveram conversando conosco e outros partidos que não estão nessa coalizão também. Então é um momento de diálogo dos partidos e pensando em Maringá. A ideia é que cada um desses partidos tenham ali, desses nove a dez partidos, ao menos um nome. E não significa que todos vão concordar ou todos vão aderir, ou melhor, vão juntos com um só nome. Nós temos ali o Humberto Henrique, que foi vereador e que é pré-candidato, a própria Ana Lúcia, o Mário Verri, e entendemos que para ter uma candidatura em Maringá, é preciso musculatura e para isso você precisa ter uma união de esforços. A cidade tem grupos políticos que já estão aí há muito tempo e que já têm consolidado o nome deles e a estrutura deles, que já trabalharam, as pessoas que já trabalharam e que querem voltar. Então, para isso, nós temos que construir uma forma nova de chegar com musculatura, porque senão você não chega, um candidato sozinho não chega. Então, nós começamos esse diálogo pensando no futuro da nossa cidade, esquecendo o partido, o grande partido nosso é Maringá, a nossa cidade. Acho que as ideias de todos estão sendo colocadas no papel, fazendo um plano de governo com grupos, com partidos de todas as áreas e nós podemos ter um grande projeto para Maringá. Eu vejo que é um caminho”.

    • Como era inevitável, essa ‘união’ entre PT e PSDB em Maringá rendeu comentários nas últimas semanas. O que o senhor pode comentar sobre isso?

    Evandro de Freitas: “O nosso grande partido é Maringá, mas precisamos olhar que já existe uma coalizão nacional hoje pelo governo. Então você tem o União Brasil, que aqui Maringá tem representatividade e se dizem de direita, mas já estão na base do governo. O PP, que fez parte da liderança dos governos do PT, também já foi base do Bolsonaro e está hoje na base do governo novamente. Nós temos também o próprio Republicanos, que está na base do governo federal. O PSDB vota nas pautas que o governo tem de bom para o Brasil, então não existe hoje essa história de PT e PSDB serem amigos ou inimigos, todos nós pensamos em um bem comum, que é Maringá. Nós temos aqui deputados federais que têm uma representatividade muito forte e podem fazer com que a cidade cresça muito mais, desde que nós tenhamos uma unificação de todos. E é isso que eu proponho, né? Eu, como pré-candidato, venho trabalhando em cima disso e vejo que é o melhor caminho para Maringá”.

    • Considerando que o senhor se lance como candidato, assumiria uma posição de situação, oposição ou independência da atual gestão?

    Evandro de Freitas: “Temos uma postura independente, mas estamos sempre abertos ao diálogo. Nosso propósito é fazer a cidade crescer e cuidar dela. Nós estamos passando por momentos difíceis nos últimos dias aqui, com o temporal, com as chuvas, milhares de árvores caídas e tem pessoas até hoje sem energia. São coisas que nos fazem refletir e colocar o cidadão acima de qualquer coisa. Como já disse anteriormente, nosso partido é Maringá”.

    • De uma forma geral, que avaliação o senhor faria da gestão pública em Maringá atualmente?

    Evandro de Freitas: “Maringá é uma cidade que anda sozinha, né? Uma cidade que tem uma força empresarial, povo trabalhador e que paga seus impostos. Eu vejo que a gestão está fazendo a parte dela. A gente sabe que depende muito do gestor a forma de fazer, então a gente criticar é meio complicado porque as ações são resultado do que ele conseguiu planejar e executar, dentro da visão de mundo que ele tem. Então eu sei que a gente tem uma visão diferente, eu volto a dizer, como empresário e empreendedor, a gente vem com um lado mais de fazer acontecer, pensar mais na cidade, pensar nos bairros. E nós temos esses problemas das podas de árvores, nós temos problemas dos buracos na cidade, a gente tem que fazer um recapeamento, fazer um planejamento e desde o primeiro dia já começar a pensar nas demandas da população, os problemas na área de saúde, na área de educação, que a gente tem que solucionar, que são demandas da população. Eu sempre falo na família maringaense, a mãe maringaense sabe do problema que ela sente lá no bairro. E isso a gente tem que priorizar. É cuidar antes da nossa população para depois fazer grandes obras”.

    • Na visão do senhor, qual o maior problema que a cidade enfrenta atualmente? E como fazer para resolver isso?

    Evandro de Freitas: “Acredito que devemos olhar mais para os bairros, não olhar só para o centro. Podemos materializar isso na questão do asfalto, por exemplo. Muitos bairros têm muitos buracos e isso causa reclamações generalizadas. Há outros eixos que demandam atenção também, como a Segurança Pública, a Iluminação. Só questões que afetam a cidade toda, mas que penso que o problema é mais sentido por quem está longe do centro. Por isso, tenho algumas medidas que considero que podemos tomar, cada qual dentro de seu eixo. Penso que precisamos criar uma logística para que a Guarda Municipal esteja mais próxima dos bairros, das pessoas, mas sem deixar de lado o apoio de nossos deputados, para que eles continuem cobrando o aumento de efetivo da Polícia Militar e assim tenhamos duas forças de segurança trabalhando juntas”.

    • Em uma entrevista recente, o senhor comentou que o próximo gestor precisa olhar com carinho para a questão da Saúde. Que avaliação você faz desse eixo aqui na cidade?

    Evandro de Freitas: “Nós temos um problema evidente que são as filas de espera por exames, cirurgias eletivas, consultas especializadas. Números que a própria imprensa dá mostram cerca de 9 mil cirurgias represadas. É um número bastante alto. Penso que um dos caminhos seria o de fazer convênios com a iniciativa privada, para escoar a fila e não depender exclusivamente da estrutura pública, pelo menos até a fila ser zerada. Eu comentei também nesta outra entrevista sobre a construção de uma nova UPA porque acredito que a cidade tem porte para receber. Muito além das questões técnicas, estatísticas, é preciso olhar também para o lado humano. Uma família que precisa chegar em um posto de Saúde antes das 6h da manhã, mais de 1h antes da unidade abrir para, às vezes, ficar o dia todo aguardando atendimento, embaixo do sol, de chuva, é para o conforto dessas famílias que precisamos olhar. É preciso se colocar no lugar dessas pessoas. Não digo que a qualidade do serviço prestado é ruim, muito pelo contrário. No entanto, é preciso reconhecer que a estrutura atual ficou pequena para o tamanho da cidade”.

    Foto: Reprodução/Redes Sociais

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