Um frentista haitiano, de 40 anos, foi alvo de agressões e racismo enquanto trabalhava em um posto de combustíveis no bairro Santa Felicidade, em Curitiba (cerca de 420 km de Maringá).
O caso aconteceu na madrugada de segunda-feira (25). Segundo relatos da vítima, dois homens teriam acelerado uma moto em frente ao estabelecimento. O frentista, então, pediu para que eles parassem, o que não aconteceu.
Os agressores ficaram irritados e partiram para a agressão. As imagens mostram os dois homens se aproximando do frentista, que é atingido por uma cabeçada.
Em entrevista à RPC, o frentista revelou que além da violência física, também foi ameaçado de morte e xingado com insultos racistas.
“Daí me xingaram: ‘Seu macaco’, não sei o que… ‘Você acha que tá na sua terra pra você me mandar, pra me dar ordem?’ Aí falaram: ‘A gente já vai voltar dar um fim em você, a gente vai matar você'”, relatou o homem, ainda abalado pelo ocorrido.
A direção do posto de combustíveis, em comunicado, afirmou ter oferecido apoio imediato à vítima, incluindo medidas de segurança adicionais, como a possibilidade de transferência para outra unidade da rede ou ajuste de horário. Além disso, repudiaram veementemente qualquer forma de violência, assédio ou discriminação.
O frentista registrou um Boletim de Ocorrência na delegacia pelas agressões sofridas.
Em uma nota conjunta, o Sindicato dos Revendedores de Combustíveis e Lojas de Conveniências do Estado do Paraná (Paranapetro) e o Sindicato dos Frentistas de Curitiba (Sinpospetro) condenaram veementemente o ato de violência contra o profissional. Veja o vídeo e o comunicado seguir:
“O frentista Mercidieu foi agredido nesta madrugada durante o seu turno de trabalho no Posto Concha de Ouro. O Sinpospetro de Curitiba já acionou a Polícia e presta todo apoio jurídico necessário ao trabalhador agredido. O presidente do Sinpospetro Curitiba e Região metropolitana e Litoral, Lairson Sena, repudia mais esse caso de agressão e exige medidas das autoridades públicas para coibir os ataques nos locais de trabalho. Basta de agressões, racismo e xenofobia contra os frentistas.”
CASO SEMELHANTE
No ano passado, outro frentista passou por uma situação parecida enquanto trabalhava em um posto de combustíveis de Curitiba.
Na madrugada do dia 14 de outubro, o empresário Marcelo Francisco da Silva fez ofensas racistas e xenófobas contra o frentista, chamando-o de “neguinho”, “macaco” e “nordestino dos infernos”, além de vários outros insultos. Ele ainda teria ofendido a operadora do caixa.
De acordo com a denúncia, o empresário deve responder por injúria, vias de fato e ameaça, agravados pelo motivo fútil.
Foto: Reprodução / Câmera de segurança
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