Médica investigada por emitir laudos falsos de câncer de pele acumula 22 denúncias no Paraná

Os pacientes pagavam valores de R$ 5 mil a R$ 13 mil para remover os supostos tumores. Além disso, alguns deles foram feridos durante o processo.

  • Subiu para 22 o número de denúncias contra a médica Carolina Fernandes Biscaia Carminatti, suspeita de emitir laudos falsos de câncer de pele e cobrar por cirurgias desnecessárias.

    Segundo as investigações da Polícia Civil de Pato Branco, a dermatologista utilizava resultados de exames fraudulentos para cobrar por procedimentos de extração de câncer que não possuíam qualquer fundamento médico legítimo.

    No dia 23 de fevereiro deste ano, após cinco denúncias formalizadas, a Polícia Civil realizou uma operação de busca e apreensão na casa da médica. No local foram apreendidos celulares, computadores e diversos laudos que, na sequência, foram encaminhados ao Instituto de Criminalística.

    De acordo com os depoimentos das vítimas, a médica marcava uma primeira consulta e examinava algumas pintas e manchas, alegando que poderiam ser câncer. Ela coletava material para enviar para análise e marcava um retorno.

    Na segunda consulta, ela mostrava um laudo falso, indicando que as pacientes tinham câncer, e já realizava procedimentos para remover as lesões.

    Em entrevista ao Portal Terra, o delegado Helder Andrade detalha que os pacientes pagavam valores de R$ 5 mil a R$ 13 mil para remover os supostos tumores. Além disso, alguns deles foram feridos durante o processo.

    “Algumas vítimas foram lesionadas, tanto fisicamente quanto monetariamente. Algumas pagaram R$ 10 mil, R$ 5 mil, chegou vítima a pagar R$ 13 mil, dependendo dos procedimentos que foram realizados”.

    As vítimas descobriram a fraude ao procurarem o laboratório onde o exame teria sido feito e receberem o laudo verdadeiro, que não apontava câncer. A Polícia Civil aguarda o resultado da perícia para juntar as evidências e encaminhar o caso para o Judiciário e o Ministério Público. A médica pode responder por estelionato, falsidade ideológica e exercício ilegal da medicina.

    Foto: Redes sociais

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