PF e Receita Federal realizam operação contra comercialização de cigarros eletrônicos, em Londrina

Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em tabacarias e comércio de bebidas, que estariam vendendo os produtos ilegais.

  • Na manhã desta quinta-feira (1), a Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram uma operação contra a comercialização irregular de cigarros eletrônicos, em Londrina (cerca de 100 km de Maringá).

    Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em tabacarias e comércio de bebidas da cidade. Segundo a investigação, esses estabelecimentos realizavam a venda de cigarros eletrônicos, que são proibidos no Brasil.

    Os investigados podem responder pelo crime de contrabando, com pena que pode chegar a cinco anos de prisão.

    SOBRE OS CIGARROS ELETRÔNICOS

    Os cigarros eletrônicos são proibidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2009, mas essa proibição não impede o consumo no país. Segundo levantamento do Ipec Inteligência, o número de pessoas que utiliza esses dispositivos já ultrapassa 2 milhões.

    O diretor executivo da Fundação do Câncer, cirurgião oncológico Luiz Augusto Maltoni, demonstrou preocupação com os perigos que o avanço desse tipo de derivado do tabaco entre os jovens brasileiros pode trazer para a saúde.

    Na Europa e nos Estados Unidos, onde a venda é permitida, as indústrias argumentam que os vapes constituem uma maneira de as pessoas pararem de fumar. Maltoni afirmou que o argumento é falso e está fazendo o efeito inverso, que é atrair cada vez mais jovens para o hábito de fumar e o consumo de tabaco. “A permissão para vender o cigarro eletrônico tem criado uma nova onda de crescimento da indústria do tabaco no mundo.”

    No Brasil, ele disse que o volume de jovens e adolescentes que já experimentaram o cigarro eletrônico em algum momento ou fazem uso desse produto só não é maior porque existe uma política no país que proíbe o cigarro eletrônico por normatização. “De certa forma, a gente ainda consegue manter índices muito inferiores aos de nações onde é liberada a venda”.

    Maltoni insistiu que o cigarro eletrônico é um indutor e tem foco nos mais jovens para criar dependência. “E, a partir daí, ele se torna não só um consumidor do cigarro eletrônico, mas também do cigarro convencional. Ele ressaltou que, além de doenças pulmonares, as substâncias tóxicas presentes no cigarro tradicional e nos eletrônicos contribuem para as doenças obstrutivas crônicas (DOCs) e doenças cardiovasculares, além de vários tipos de câncer. “O cigarro eletrônico tem outro agravante. Como é um composto eletrônico, causa lixo que não é biodegradável, polui o ambiente, provocando um problema ambiental cada vez mais significativo”, disse o especialista.

    Fora isso, há também um grande número relatado de explosões que deixam queimaduras em boa parte do corpo das pessoas, acrescentou.

    Foto: Divulgação / Ministério da Saúde

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