Receita Federal faz operação contra comércio ilegal de pneus em Maringá

Trinta servidores do órgão estão nas ruas de Maringá, Sarandi e Marialva, no noroeste do Paraná, para fiscalizar empresas do ramo.

  • Trinta servidores do órgão estão nas ruas de Maringá, Sarandi e Marialva, no noroeste do Paraná, para fiscalizar empresas do ramo de comércio de pneus, suspeitas de participar do esquema.

    Por Redação

    A Receita Federal do Brasil deflagrou nesta terça-feira (27), a Operação Rota da Borracha com o objetivo de coibir o descaminho de pneus de veículos de carga na região de Maringá. Pelos menos 12 estabelecimentos comerciais identificados nas investigações serão fiscalizados. São empresas que supostamente fariam a encomenda, o pagamento e a revenda de pneus provenientes do Paraguai, sem o pagamento dos impostos devidos.

    As investigações da Receita Federal sobre a prática ilícita iniciaram-se após denúncias de empresários ligados às áreas de fretes e revenda de pneus, e, também, depois de apreensões pela própria Receita Federal de várias carretas provenientes da região de fronteira com o Paraguai com pneus novos instalados. Chegou-se a apreender carretas rodando com 22 pneus novos sem qualquer documentação que comprovasse sua entreda regular no país.

    Modus Operandi

    Segundo se apurou, empresas transportadoras e motoristas autônomos realizariam fretes da região de Sete Quedas/MS até Maringá/PR cobrando valores muito abaixo do preço de mercado, já que o objetivo principal da viagem seria transportar os pneus novos, os quais vinham instalados nos veículos de carga.

    Chegando à região de Maringá, os pneus seriam retirados das carretas e supostamente vendidos para os estabelecimentos que são objeto da operação realizada no dia de hoje. Para completar o ciclo, estes estabelecimentos revenderiam os pneus a preços inferiores aos praticados pelo mercado lícito.

    Estima-se que cada um destes pneus chegaria a render R$ 500 de lucro ao transportador, e outros R$ 400 ao estabelecimento que receptaria e revenderia as mercadorias.

    Segundo relatos de empresários do ramo de pneus da cidade de Maringá, tal atividade criminosa teria sido responsável pelo fechamento de diversos postos de trabalho e até mesmo pela falência de empresas revendedoras de pneus que realizavam as atividades de forma legal. E ainda, empresas transportadoras idôneas não estariam conseguindo contratar fretes a preços justos do Mato Grosso do Sul até Maringá devido à competição desleal praticada pelos transportadores infratores.

    A operação de hoje tem como objetivo principal a proteção das empresas brasileiras idôneas, que recolhem os tributos devidos nas operações de vendas de pneus, gerando empregos e contribuindo para o desenvolvimento do país.

    As pessoas identificadas na operação que comprovadamente estiverem ligadas aos estabelecimentos que teriam realizado tais práticas responderão pelos crimes de descaminho e formação de quadrilha.

    Ao longo do dia a Receita Federal divulgará o balanço da operação, com os números e principais fatos.

    O nome da operação “Rota da Borracha” faz alusão ao itinerário constante praticado pelos transportadores no descaminho de pneus da região de fronteira até Maringá.

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