A expectativa é que as obras do Hospital da Criança de Maringá sejam concluídas ainda em 2020. Apesar disso, a gestão do hospital ainda não foi definida. A decisão será um dos desafios do próximo prefeito da cidade.
Em setembro, o governo estadual realizou o último repasse, no valor de R$ 9 milhões, para a conclusão das obras. Com isso, o investimento total chega a R$ 153 milhões. Segundo o secretário de Saúde de Maringá, Jair Biatto, o hospital deve entrar em funcionamento de forma programada. A previsão é ter o funcionamento pleno em até 36 meses após a finalização das obras.
A pedido do Maringá Post, os candidatos a prefeito responderam qual modelo de gestão defendem para o hospital. A maioria afirma que a o município não tem condições de assumir a gestão da unidade e defende a realização de uma parceria público privada ou licitar a gestão com a participação de uma Organização Social em Saúde (OSS) ou entidade especializada na área de oncologia pediátrica.
Carlos Mariucci (PT) não respondeu os questionamentos da reportagem. As propostas do candidato serão incluídas assim que o Maringá Post as receber.
Akemi Nishimori (PL)
Para começar, precisamos saber qual será o modelo de gestão. De qualquer forma, definido o modelo, a primeira providência será integrar corretamente essa nova estrutura ao contexto da saúde de Maringá, para que seja bem utilizada.
Nossas crianças são nosso maior tesouro e merecem um atendimento eficaz e humanizado. As obras de construção civil são apenas o começo.
Além disso, precisamos pensar com carinho na viabilização de uma Maternidade Municipal, para tirar o atendimento às gestantes dos hospitais gerais, onde o risco de infecção é maior.
Anníbal Bianchini (PTC)
A Lei 11.079/04 possibilita as PPPs (Parcerias Público Privada) tanto na construção de hospitais como na administração. Precisamos ouvir os gestores de hospitais de Maringá, ouvir os servidores, e ter uma grande clareza da capacidade financeira do município para tomar essa decisão.
Essa obra de 150 milhões, pode ser administrada pela União, Estado, Município, exclusivamente ou em parceria, e também ter a concessão do uso para uma organização social da saúde através de PPP.
Esse é um grande marco na Saúde do Paraná, e vai gerar muitos empregos e avanços para nossa cidade. Minha inclinação é para o modelo de gestão através de PPP, mas essa decisão precisa ser tomada de forma colegiada com as lideranças da saúde de Maringá e também dos gestores contábeis, fiscais, e de recursos humanos do município.
Bovo (Podemos)
Este será um dos grandes desafios do próximo prefeito. Uma das alternativas poderá ser a gestão compartilhada com uma instituição hospitalar especializada, com referência em pediatria e que tenha condições de realizar um trabalho de excelência.
Coronel Audilene (Progressistas)
O Hospital da Criança é uma das maiores obras da história de Maringá. Um sonho antigo da população da região para atender as nossas crianças aqui, antes precisavam viajar por horas para conseguir atendimento.
Acredito que o melhor modelo é licitar a administração e gestão da unidade com a participação de uma Organização Social em Saúde (OSS) no mesmo modelo adotado pelo Hospital da Criança de Brasília José Alencar.
Dr. Batista (DEM)
Foi definido que a gestão do Hospital da Criança será feita pelo Município. Caso isso se confirme, pois a questão das verbas que vão manter o hospital funcionando ainda não estão exatamente definidas. O Hospital está sendo construído, com dinheiro do Governo Federal, do Governo do Estado e da Organização Mundial da Família.
É importante lembrar que o Hospital será referência para atendimento a toda a região e vai atender várias áreas para o bem estar das nossas crianças. Uma obra importante, mas que ainda precisa de definições.
A partir de janeiro, com minha equipe, vamos juntos com o governo federal e governo estadual encontrar a solução mais viável para o projeto. Saúde faz parte da minha vida há mais de trinta e cinco anos, então posso afirmar com certeza que de saúde, eu entendo.
Eliseu Fortes (Patriota)
Para que o Hospital da Criança não se torne um elefante branco a gestão desse hospital precisa ser concedida à iniciativa privada. Entendo que Maringá, tendo 3 faculdades que oferecem cursos de Medicina e Enfermagem, possa fazer um trabalho para tornar o Hospital da Criança uma referência nacional. O poder público só encarece o serviço e o torna lento. Nossa ideia é que o município supervisione tudo, mas, com o apoio da iniciativa privada.
Evandro Oliveira (PSDB)
Quando se fala em saúde, a conversa precisa ter um tom muito mais responsável, esse é um dos nossos principais assuntos. Por ser uma área muito técnica eu iria ouvir diretores de diversos hospitais que deram certo neste país, e temos exemplos de alguns deles que possuem conceito pleno de referência nacional e internacional, e posso citar aqui o Hospital Pequeno Príncipe que é referência no Brasil no atendimento em pediatria, e os hospitais ligados a Santa Casa que também possuem excelentes resultados tanto na área clínica como na visão humanizada de atendimento.
Outro fator que precisará ser levado em conta é a agilidade e rapidez nos atendimentos e também os controles de gastos e gerenciamento como um todo, então obviamente falo aqui da utilização de tecnologias voltadas a este segmento.
Homero Marchese (Pros)
O Hospital da Criança foi viabilizado entre uma parceria do Governo Estadual e Federal. É uma grande obra que conta com mais de 24 mil m² que ofertará 40 leitos de UTI para pediatria e neonatal, 124 leitos de internação, centro cirúrgico, laboratório, sala de pesquisa e outros espaços.
Devido a sua dimensão, e por ser um dos centros de referência no país, deverá atender uma grande região. Pelo Governo do Paraná está previsto que o Hospital da Criança ficará responsável pelas regiões Noroeste, Norte e Norte Pioneiro.
Devido à dimensão do hospital e sua especialidade, o próprio Governo Federal recomenda que a gestão seja realizada por entidade específica, que possui conhecimento e que já atue em hospitais similares. Um exemplo clássico, de que não será possível a gestão municipal no momento, é o caso do Hospital Municipal. Construído em 2002, ainda hoje não está em sua plena capacidade e carece de reformas e infraestrutura básica, não possui sistema de prontuário e gestão eficiente, nem ambiente climatizado, há falta de profissionais especialistas, equipe de apoio, medicamentos e materiais básicos, entre outros graves problemas.
Acredito que antes de assumir a gestão do Hospital da Criança precisamos resolver todos os atuais problemas do Hospital Municipal, das nossas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e Unidades Básicas de Saúde (UBS). Atualmente, precisamos desenvolver parcerias público-privadas e trazer a melhor gestão profissional para o Hospital da Criança, e fortalecer a parceria com instituições de ensino local, buscar recursos internacionais para ampliar áreas de atuação e a cada dia consolidarmos Maringá como cidade referência em serviços da saúde.
Professor Edmilson (PSOL)
Não existe ninguém que compreenda melhor como gerir um local de trabalho do que seus próprios trabalhadores. Isso vale para o Hospital da Criança de Maringá e para qualquer outro serviço. Defendemos que os trabalhadores da prefeitura livremente organizados, em articulação com o restante da população trabalhadora, devem definir sobre como gerir cada um dos espaços e serviços fornecidos pelo serviço público.
Rogério Calazans (Avante)
Precisamos primeiro aprovar um marco regulatório municipal de parceria pública-privada. Esse marco regulatório gera segurança para os investidores em Maringá. Digo isso porque analisando a previsão do orçamento 2021 que foi enviado pelo executivo e aprovado pela Câmara Municipal, já é possível observar o município estará no limite da lei de responsabilidade fiscal, não sendo possível a contratação de novos servidores por um período.
Logo, a única forma de colocar o Hospital da Criança em funcionamento é por meio de uma parceria público-privada.
Ulisses Maia (PSD)
O modelo de gestão deve ser compartilhado com a gestão privada, num formato ainda em fase de definição. O importante é estabelecer um modelo capaz de permitir o recebimento de recursos públicos e privados, de forma que a instituição mantenha sempre sua plena capacidade de atendimento.
Valdir Pignata (Cidadania)
O Hospital da Criança está devidamente encaminhado e será viabilizado da mesma forma que é viabilizado o hospital em Curitiba. Quem fará o trabalho será uma empresa especializada, que já tem o know-how e todo o conhecimento para a área, para que realmente seja específico para as crianças. Então teremos uma terceirização junto à saúde pública, em que a empresa terceirizada vai viabilizar esse processo junto à Prefeitura de Maringá.
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