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A secretária municipal da Família e Desenvolvimento Social de Ponta Grossa, Camila Sanches, entrou com processo contra o vereador Erick Camargo, o Dr. Erick (PV), por violência política de gênero. A ação se refere a declarações feitas pelo parlamentar na tribuna da Câmara Municipal em 6 de agosto, segundo informações do g1 Paraná.
Na sessão, Dr. Erick afirmou que a secretária estaria “brincando de casinha” e criticou mudanças na secretaria, como pintura de paredes e compra de mobiliário. Em outra ocasião, ele enviou mensagens chamando a secretária de “secretariazinha” e afirmou que abriria a porta “no bicudo” caso não fosse atendido.
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De acordo com a defesa de Camila Sanches, as declarações têm caráter misógino e buscam deslegitimar a atuação dela, sugerindo que sua nomeação teria sido resultado da influência de vereadores e não de mérito próprio. O advogado afirma que a conduta configura violência política de gênero, prevista na Lei nº 14.192/2021, que protege mulheres em cargos públicos contra ações que restrinjam seus direitos políticos.
O vereador Dr. Erick se manifestou nas redes sociais, dizendo que a acusação é infundada e ligada a uma perseguição por votação contrária a um projeto da prefeitura. Ele afirmou que não teve intenção de ofender pessoalmente a secretária e pediu desculpas caso suas palavras tenham sido interpretadas como ofensivas.
Camila Sanches também se pronunciou nas redes sociais, afirmando que buscar reparação judicial é importante e destacando que não teme atitudes misóginas, reafirmando sua trajetória como advogada e defensora dos direitos das mulheres.
A Câmara Municipal informou que recebeu representação formal contra o vereador em 13 de agosto e encaminhou o pedido à Corregedoria, que avaliará a admissibilidade da ação garantindo amplo direito de defesa.
O Partido Verde, do vereador, declarou acompanhar o caso e reforçou o pedido de desculpas de Dr. Erick, destacando o compromisso da legenda com o respeito às mulheres na política.
O processo foi protocolado em 11 de agosto no Juizado Especial Cível de Ponta Grossa. A secretária pede indenização de R$ 30 mil por danos morais, argumentando que os comentários desqualificaram sua atuação e reforçaram estereótipos de gênero.