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Chegou ao fim nesta quarta-feira (30) o segundo dia das oitivas das testemunhas indicadas pela defesa da vereadora Cris Lauer (Novo), no âmbito da Comissão Processante (CP) que julga um pedido de processo de cassação contra a parlamentar. A única testemunha ouvida foi o vereador Mário Hossokawa (PP).
Lauer é alvo de um pedido de abertura de processo de cassação protocolado pelo advogado Kim Rafael Antunes, que se pauta em uma condenação da vereadora por improbidade administrativa por conta do uso de um ex-chefe de gabinete, que é advogado, para defendê-la em causas particulares. Na Justiça, a parlamentar foi condenada ao pagamento de multa e ressarcimento aos cofres públicos, mas manteve os direitos políticos vigentes.
No interrogatório, ao qual o vereador teve negado um pedido para não depor, Hossokawa foi questionado pela defesa se havia alguma relação de inimizade com Cris Lauer. Ele negou e também afirmou não ter nenhum interesse no processo de cassação.
O advogado da vereadora seguiu a mesma estratégia do primeiro dia de oitivas: tentar provar que outros vereadores da Casa também contratam assessores para trabalhos particulares fora do expediente. Nesta quarta (30), Mário foi questionado e confirmou já ter contratado advogados do legislativo para atuar para ele em processos privados, sem relação com a Câmara. O caso mais recente, confirmado no depoimento, teria sido do ex-subprocurador da Casa, exonerado na semana passada, mas que advogou para Hossokawa em uma audiência na Justiça Eleitoral.
Mário Hossokawa afirmou que pagou pelos serviços privados nos dois casos e considerou que as perguntas da oitiva “fugiram do objetivo”.
“Eu achei que foi uma oitiva que fugiu totalmente do objetivo. Falaram de campanha eleitoral, se o trabalhou para mim na minha campanha, se eu paguei, se eu não paguei, coisa que é totalmente cimpertinente nesse caso aí, que a oitiva era com relação à investigação contra a vereadora Cris Lauer, que cometeu ato de improvidade administrativa, utilização de recursos públicos para pagar pagamento de advogado particular. Eu não tenho nada haver. Com relação a campanha eleitoral, minhas contas foram aprovadas, sem ressalva nenhuma”, afirmou o vereador.
Cris Lauer avaliou como ‘positivos’ os depoimentos colhidos pela Comissão até o momento.
“De forma muito positiva (ela avalia), porque no primeiro dia ficou muito provado ali que o próprio denunciante não conhecia nem o teor da denúncia, não conseguiu responder as denúncias falsas que ele colocou, não consegue provar nada, e hoje no segundo dia foi o depoimento do vereador Mário Hossokawa, que por muitas vezes também faltou com a verdade. Então para nós é positivo isso, porque a gente vai desbancando essa narrativa a cada dia. Já foram ouvidos acho que 13 ou 14 testemunhas na segunda-feira, onde fica provado tudo que o que eles tentam me acusar são coisas que eles praticam de forma normal”, afirmou.
Convocados, o prefeito Silvio Barros (PP), o deputado licenciado Do Carmo (União) e o promotor de Justiça Leonardo Vilhena apresentaram justificativas para o não comparecimento.
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